Foto: Google Maps (Reprodução)
Depois de aprovar o projeto de engenharia dos trechos urbanos e rurais da RSC-287 em Tabaí, o governo do Estado deve dar o aval para a Rota de Santa Maria começar as obras de duplicação também no trecho de Santa Cruz do Sul.
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Segundo o secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi, a análise está na reta final e a aprovação deve ser dada nos próximos dias. Com isso, a concessionária Rota poderá iniciar as obras tanto em Tabaí quanto em Santa Cruz.
A coluna procurou a concessionária, que informou estar mobilizando as equipes e canteiros de obras, mas ainda não divulgou uma data exata para começar a duplicação nos dois trechos.
Vale lembrar: a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) já havia dado a licença ambiental para as obras de duplicação em 4 de abril, para uma extensão de 79 km, de Tabaí até Vera Cruz. Isso engloba trechos pelas cidades de Taquari, Bom Retiro do Sul, Venâncio Aires, Passo do Sobrado e Santa Cruz do Sul.
Só faltava a aprovação dos projetos de engenharia, com os detalhes de traçado e melhorias previstas na duplicação, como passarelas, iluminação, vias laterais, calçadas, trevos e acessos a ruas. É que a Rota apresenta os projetos ao Estado, que pede adequações.
Apesar de a licença ser para os 79 km de extensão, até agosto a Rota tem de duplicar 1,46 km da travessia urbana de Tabaí e 2,5 km do trecho urbano de Santa Cruz do Sul (a duplicação começará no trevo de acesso à cidade, onde tem uma sinaleira e seguirá pelo trecho de curvas e subida, até o outro trecho já duplicado, perto do trevo de Fritz e Frida).
O que terá nas travessias urbanas
- Nos trechos urbanos da RSC-287, haverá pistas duplicadas, ruas laterais, iluminação, passarela, trevos e calçadas
- Em Santa Maria, o trecho urbano terá de ser duplicado até agosto de 2025. Será 1,5 km do trevo do Aeroporto até o pórtico do avião. Nesse prazo, a Rota precisará entregar também as travessias urbanas de Paraíso do Sul, Novo Cabrais e Candelária
Risco de atraso e chance de reduzir tarifa de pedágio
Questionado se existe a possibilidade de redução da tarifa de pedágio, caso a Rota não entregue essas duplicações até o final de agosto, Capeluppi diz que o contrato prevê essa possibilidade. Porém, caso a data não for cumprida, isso será levado em conta junto com outros fatores analisados pela Agergs e pelo governo do Estado para o reajuste anual da tarifa de pedágio. Em entrevista recente ao Diário, a Rota havia informado que fará o possível para cumprir o prazo.
No caso da concessão federal das BRs-386, 101 e 290 (freeway), a concessionária CCR Viasul teve o pedágio reduzido de R$ 5,80 para R$ 5,50 este ano, devido ao atraso na duplicação de 20 km entre Lajeado e Marques de Souza.
Duplicação de trechos rurais deve ser antecipada, diz secretário
O secretário estadual de Parcerias afirmou que, em recente reunião entre o governador Eduardo Leite e diretores do grupo espanhol Sacyr, dono da Rota, a empresa voltou a reforçar os planos de antecipar a duplicação dos trechos rurais da RSC-287 entre Tabaí e Novo Cabrais. Ou seja, após terminar as travessias urbanas de Tabaí e Santa Cruz, já deve seguir duplicando os trechos rurais.
– Reafirmaram, sim (esse plano), e isso é até uma questão de aproveitamento do canteiro de obras, que faz sentido. A mobilização de equipes e de material para fazer 1,5 km, por exemplo, no trecho urbano de Tabaí, acaba sendo muito mais custoso para todos, em termos de movimentação, inclusive para a sociedade que vive em volta da rodovia. Fazer a intervenção de uma vez só tem vários benefícios, não só para a concessionária do ponto de vista econômico, mas também para a sociedade. Então, reafirmaram esse compromisso de já fazer esses trechos de uma vez só, com a possibilidade de entregar antes do que está previsto no contrato.
Pelo contrato, os trechos rurais de Tabaí devem ser duplicados até 2027, e de Tabaí a Novo Cabrais, os 130 quilômetros devem estar com a duplicação concluída até 2030. Segundo Capeluppi, a Rota tentará entregar isso antes do prazo contratual.
Indenização deve ser dada
Quanto a dois pedidos de indenização feitos pela Rota ao Estado, Capeluppi diz que, no mérito, o governo do estadual reconheceu que a concessionária tem direito a receber valores. Agora está na fase de levantamento de qual será a quantia a ser paga. Poderá ser pago em dinheiro, em alta da tarifa ou em aumento do prazo do contrato. Isso ainda será definido.
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