Mão na massa

Dia do Padeiro: conheça os profissionais que se dedicam à profissão há mais de 30 anos em Santa Maria

Há quem diga que o trabalho duro é a chave para o sucesso. Outros acreditam que cada um nasce com um propósito na vida. Em alguns casos, esforço e vocação andam lado a lado e se complementam. Desde 1979, Sérgio Reis Pereira Lima, 54 anos, dedica-se a uma profissão que influencia no cotidiano de quase todo mundo. Sérgio é padeiro, ou melhor, é um mestre da panificação. É por meio de suas mãos que o pão de cada dia chega à mesa de milhares de santa-marienses. No Dia Nacional do Padeiro, comemorado neste sábado (8), o Diário acompanhou a rotina de dois dos profissionais mais antigos da cidade


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A necessidade de trabalhar para ajudar com a renda familiar levou Sérgio a atuar como auxiliar de padeiro antes dos 15 anos. Ele até passou por outras profissões ao longo da vida, mas foi na padaria que ele encontrou sua paixão. 


– O segredo para se manter como padeiro por tanto tempo é fazer sempre do mesmo jeito, manter o padrão de qualidade. Também tem que gostar da profissão – contou o profissional enquanto preparava a massa de pão para entrar no forno. 


Assim como Sérgio, o ex-padeiro João Lopes da Silva, 54 anos, dedicou uma vida à tarefa. E depois de 30 anos trabalhando com padaria, ele se aposentou e passou a ser confeiteiro. Assim como na preparação de pães, para alcançar o sucesso na carreira de padeiro, é necessário sempre seguir a mesma receita:


– O negócio é acordar cedo e se dedicar. Tem que querer e gostar do que faz, mas tem que aprender a acordar cedo – brincou João, em tom descontraído, quando perguntado qual é o principal ingrediente para essa fórmula.


Os dois colegas contam que o dia do padeiro começa bem antes das padarias abrirem as portas para os clientes. A rotina é intensa por conta do esforço físico para amassar as massas dos pães e do calor dos fornos ligados. 


– Não é fácil, tem que ter pulmão. Tem gente que não se acostuma e abandona a profissão. Eu vi muita gente saindo ao longo dos anos – afirma Sérgio.



Tradição passada em frente

Foto: Nathália Schneider (Diário)


Sérgio e João trabalham na padaria Kipão, uma das mais tradicionais de Santa Maria e que funciona desde 1969. Todo o alimento produzido no estabelecimento familiar é feito de maneira artesanal pelos padeiros que colocam as mãos na massa, literalmente. Em uma época de industrialização da comida, em que muitos produtos são congelados pré-prontos e com o uso de conservantes, a Kipão mantém suas origens e faz questão de oferecer qualidade aos seus clientes. 


– Somos uma padaria tradicional, nosso foco é a produção diária de pães, doces, biscoitos e outros. Tudo com receitas próprias. Toda a parte de panificação fazemos aqui diariamente. Esse é nosso grande diferencial – avalia o proprietário, Alex Palma. 


O empreendedor ressalta que a Kipão é uma das referências em Santa Maria graças, também, aos profissionais que se dedicam diariamente à padaria. Além de valorizar quem está na empresa há anos, Alex conta que a Kipão se preocupa com a formação de novos profissionais: 


– Além de padeiros antigos, com mais de 30 anos de casa, recebemos profissionais novos formados por nós. Isso cria uma cultura própria. É uma profissão linda que tem um papel fundamental. São artesãos que se dedicam à profissão.


De aprendiz à referência

João, à esquerda, foi padeiro por mais de 30 anos e hoje é confeiteiro. João, à direita, também é padeiro há mais de 30 anos. Fabiano, ao centro, aprendeu tudo com os dois colegasFoto: Nathália Schneider (Diário)


Fabiano Diniz da Silva, 28 anos, é padeiro há pouco mais de nove anos. Assim como o processo de produção de um pão, ele pôde “fermentar” seus conhecimentos e crescer dentro da cozinha da Kipão. Hoje é considerado uma das referências internas da loja:


– Me indicaram e eu vim trabalhar aqui de auxiliar. Comecei a aprender e acabei ficando. Aprendi muito com o João e, quando ele foi para a confeitaria, fiquei no lugar dele como padeiro. 


Quando um pão é esquecido na prateleira por algum tempo é considerado um “produto dormido”, sem qualidade. Na cozinha da Kipão, é diferente. Os funcionários mais antigos são valorizados e sempre lembrados.


– É uma alegria trabalhar e aprender com eles. São muito bons no que fazem. Eles ensinam direitinho, mas no começo pegavam no meu pé para aprender. Mas, valeu a pena, deu fruto – lembra Fabiano. 

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