A exemplo da Câmara de Santa Maria que decidiu não elevar os subsídios da próxima legislatura, de R$ 12,5 mil para R$ 16,5 mil, o Executivo também tem a mesma posição diante da destruição do Estado provocada pelo desastre climático. Os futuros prefeito e vice de Santa Maria não terão aumento de salários. E nem os secretários.
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Pela proposta que tramitava no Legislativo, o futuro chefe do Executivo passaria de R$ 31 mil brutos para R$ 39,5 mil, e o vice-prefeito, de R$ 15,5 mil para R$ 19,7 mil. Os secretários também teriam uma elevação dos salários para R$ 16,5 mil.
“O momento é delicado, cada centavo que economizar dá para comprar casa. Não tem nenhuma condição (de elevar salários)”, afirmou o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) sobre a decisão de não reajustar os valores.
Segundo ele, o município não tem, ainda, uma estimativa sobre os prejuízos devido às enchentes nem os recursos necessários para construção de moradias e para recuperar estradas, o que inclui construção de pontes.
Brabeza?
Nos bastidores, alguns poucos parlamentares teriam ficado bravos com a decisão da Mesa Diretora em não elevar os subsídios dos vereadores para a próxima legislatura e até feito cobranças à direção na sessão da última quinta-feira (16).
Quero acreditar que os edis ficaram insatisfeitos por não serem consultados previamente pela Mesa, que tem legitimidade para tomar a decisão. E não pelo fato de os salários não terem reajuste sob o argumento de um Estado devastado com mais de 150 mortes, centenas sem casa e até sem ter o que comer.
Coincidentemente, na quinta-feira, foi divulgada nota pela Câmara em que informa que a decisão foi referendada pelos 21 parlamentares. É a versão oficial.
Independentemente da catástrofe avassaladora que atingiu o Estado, prefeito, vice e vereadores já ganhavam excelentes salários, então agora nem se fala. Tem gente que não tem para onde ir, que dirá renda para sustentar suas famílias.
Fundo Eleitoral
A Câmara de Vereadores de Santa Maria aprovou, na sessão de quinta-feira, moção de apelo ao Congresso Nacional para que direcione os R$ 4,9 bilhões do Fundo Eleitoral da campanha deste ano para o enfrentamento da tragédia climática que atinge o Estado. O autor da iniciativa é Manoel Badke (União Brasil), atual presidente da Casa. A intenção é boa, só que, nesses casos, o Congresso legisla em causa própria.
