Foto: Beto Albert (Arquivo Diário)
Registro de 2024 de uma plantação de soja.
Após o anúncio da taxa extra de até 50% sobre os produtos brasileiros que entrarem nos Estados Unidos, setores da economia perguntam quem poderia substituir os norte-americanos e assumir o posto de um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Nesse cenário, a agricultura, que tem grande fatia nas exportações do Estado, está preocupada com uma possível queda nas atividades.
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O economista da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio Da Luz, lembra que EUA recebem cerca de 5,4% dos produtos da agricultura gaúcha. Seria o segundo país que mais compra do Estado – o primeiro é a China. Os principais produtos que podem ser afetados são madeira, celulose, fumo, setor calçadista e carnes, entre outros.
– Evidente que estamos bastante preocupados. Afinal de contas, não se acha um mercado para substituir o americano de uma hora para outra. Isso não existe. Não tem esse mercado disponível. Se não conseguirmos entrar lá, teremos menos atividade. É o que a gente não pode ter – alerta Luz.

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Diplomacia seria a palavra-chave para Luz, já que a situação é delicada:
– Estamos numa situação muito delicada. A diplomacia tem que entrar em campo para tentar consertar essa questão toda, e fazer com que o Brasil e os Estados Unidos encontrem um caminho de entendimento, porque são tarifas realmente muito fortes. O que não pode acontecer é partirmos para uma uma guerra tarifária com os Estados Unidos, a gente não tem a menor condição de fazer isso.
Entenda
A decisão foi tomada na noite da última quarta-feira (9) pelos presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele comunicou, via carta destinada ao presidente Lula (PT) e que foi publicada por Trump em suas redes sociais, que as exportações brasileiras sofrerão uma taxação de 50% a partir do dia 1º de agosto - atualmente, é de 10%.
Em resposta, o perfil nas redes sociais do presidente brasileiro publicou nos últimos dias uma série de postagens salientando a soberania do país.
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