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Aluno Monitor: tecnologia, protagonismo e impacto social nas escolas de Santa Maria

Criado em 2015, o Projeto Aluno Monitor nasceu de uma necessidade prática: ativar os laboratórios de informática das escolas municipais, que estavam equipados com computadores em sistema Linux, mas sem professores de informática suficientes para atender à demanda. A solução encontrada pelo Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal (NTEM) foi simples e ousada: formar estudantes para que atuassem como monitores, auxiliando colegas e professores no uso das tecnologias digitais.

De lá para cá, a proposta se consolidou e se transformou em uma das experiências mais inovadoras da rede municipal de ensino de Santa Maria. Em 2025, o Aluno Monitor reúne 290 estudantes de 32 escolas, organizados em três modalidades de formação – 134 no nível Iniciante, 101 no Intermediário 1 e 55 no Intermediário 2 –, todas desenvolvidas no contraturno, em encontros quinzenais no NTEM, que funciona no prédio do Edutec, na Vila Belga.

Formação para além da informática

O projeto vai muito além de ensinar a ligar computadores ou manejar plataformas digitais. Os estudantes passam por oficinas que abordam desde os cuidados básicos com equipamentos e noções de cidadania digital até robótica, programação, impressão 3D e cultura maker. Cada nível de formação amplia os desafios: os iniciantes aprendem a usar ferramentas como e-mail institucional, Google Sala de Aula e aplicativos educacionais; no intermediário 1, entram em contato com lógica de programação, Arduino e kits de robótica; e, no intermediário 2, exploram tecnologias emergentes, como programação de atuadores via Bluetooth e noções de criptografia.

Além do conteúdo técnico, o projeto valoriza aspectos humanos e sociais. “Eles aprendem a se portar como monitores, a trabalhar em equipe e a cuidar dos equipamentos. Esse pertencimento à escola é muito forte, porque transmitimos a ideia de que o espaço é deles também, e precisam ajudar a preservá-lo”, explica a coordenadora do NTEM, professora Maritê Medianeira Moro Neocatto.

Protagonismo estudantil e autoestima

O impacto vai além da sala de informática. Para muitos jovens, ser monitor é a primeira experiência de protagonismo na escola e, em alguns casos, até de participação em atividades de caráter voluntário. Ao retornarem para as escolas, os alunos compartilham conhecimentos, apoiam colegas e professores e desenvolvem um senso de responsabilidade que se reflete em sua autoestima.

“Eles se sentem valorizados, reconhecidos. É muito bonito ver como crescem quando assumem esse papel de ajudar os outros”, destaca Maritê. O projeto, inclusive, já abriu portas para carreiras: há ex-monitores que seguiram para cursos técnicos, engenharia e áreas ligadas à informática, estimulados pela vivência inicial no NTEM. O certificado entregue ao final da formação também conta pontos no currículo e já ajudou jovens a ingressarem no mercado de trabalho.

Educação conectada ao futuro

Outro destaque do Aluno Monitor é sua capacidade de se reinventar. A cada ano, novas ferramentas e metodologias são incorporadas, sempre alinhadas às demandas contemporâneas da educação. Em 2024, o projeto foi integrado à disciplina de Informática Educativa. Já em 2025, a proposta se expande para além das oficinas: será realizada a 2ª Olimpíada de Robótica da Rede Municipal, com o tema “Robótica Sustentável e Emergência Climática: Soluções para os Desafios Ambientais”. A atividade vai engajar alunos em reflexões e práticas sobre sustentabilidade, prevenção de desastres e uso consciente da tecnologia.

Com baixo custo e aproveitando a infraestrutura existente da rede, o Aluno Monitor mostra como é possível transformar tecnologia em oportunidade, cidadania e inovação. Mais do que ensinar a usar computadores, o projeto ensina os estudantes a serem protagonistas de sua própria aprendizagem e agentes de mudança na escola e na comunidade.


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