Deni Zolin

Fim da desoneração da folha faria custo da tarifa de ônibus subir em Santa Maria; entenda

Fim da desoneração da folha faria custo da tarifa de ônibus subir em Santa Maria; entenda

Foto: Nathália Schneider (Diário)

O Congresso Nacional já está se mobilizando para derrubar o veto total do presidente Lula à renovação da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. O temor do setor empresarial e de economistas é que, voltando a pagar mais para manter funcionários, empresas dessas áreas acabariam tendo de demitir ou aumentar custos de produto, provocando um efeito em cascata e danos à economia brasileira.

 
Só para citar um exemplo dos impactos negativos, em Santa Maria, a Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) estima que, se o veto não for derrubado, o custo a mais para manter os encargos trabalhistas provocará um aumento de 12% a 14% no custo do transporte coletivo.

 
– Com isso, a tarifa técnica, que hoje é de R$ 6,15, subiria para a faixa de R$ 6,75 – diz o diretor da ATU, Edmilson Gabardo, alertando que o problema atingirá o transporte coletivo de todo o Brasil.
Hoje, a prefeitura banca parte do valor da tarifa, e o passageiro paga R$ 5 na roleta.

 
Na prática, esse aumento de custo trabalhista não significa que haverá um aumento automático de R$ 0,60 na passagem de ônibus em Santa Maria. Porém, poderá pressionar a prefeitura a desembolsar um valor ainda maior com subsídio, ou obrigar o Executivo a repassar parte desse aumento aos passageiros.


Até as centrais sindicais do país, geralmente apoiadoras de políticas públicas do governo Lula, criticaram duramente o veto do presidente, citando que o fim da desoneração colocaria em risco milhões de empregos e aumentaria a informalidade.

 
Na prática, essa desoneração da folha autorizou empresas de 17 setores da economia a substituir a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia de 1% a 4,5%, dependendo do serviço prestado e do setor.


São Paulo gasta R$ 5,1 bilhões ao ano para baixar a passagem

No setor de transporte coletivo no país, cresce a ideia de adotar tarifa zero em várias cidades. Ao menos, é o que a prefeitura de São Paulo está cogitando testar, em domingos ou durante a semana, mas só à noite. Há estudos indicando possíveis ganhos à economia. 


O mais certo é que, com a pandemia, aumentou a necessidade de subsídio da tarifa, com as prefeituras bancando parte da passagem. Isso começou durante a pandemia em Santa Maria. A tarifa, em março, foi calculada em R$ 6,15, mas a prefeitura bancou parte do custo e manteve em R$ 4 (em cartão de bilhetagem) por alguns meses. 


Agora, a tarifa está unificada em R$ 5. São mais de R$ 10,5 milhões previstos em subsídio da tarifa. Para a oassagem ser zerada em Santa Maria, seriam necessários mais de R$ 80 milhões.Já em São Paulo, o subsídio é bilionário. Para 2024, foram reservados R$ 5,1 bilhões para bancar parte do valor da passagem, que está em R$ 4,40 lá.

 
– Sem o subsídio, a tarifa já estaria quase em R$ 8 – disse o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, na quinta-feira, antes do anúncio do fim da desoneração da folha de pagamento, o que pode aumentar ainda mais o custo da tarifa.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

80 bares e restaurantes farão programa para receber selo de qualidade. Ainda há vagas Anterior

80 bares e restaurantes farão programa para receber selo de qualidade. Ainda há vagas

ESA em Santa Maria? Autoridades respondem sobre chance de reviravolta na instalação da Escola Próximo

ESA em Santa Maria? Autoridades respondem sobre chance de reviravolta na instalação da Escola

LEIA MAIS
Deni Zolin