Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)
Ao longo da campanha eleitoral, a população, claro, irá cobrar dos pré-candidatos propostas para melhorar a saúde do bairro – como agilidade em exames e médicos nos postos de saúde, escolas e creches para as crianças. As áreas essenciais são sempre pautas imprescindíveis. Mas há outra área que, obrigatoriamente, terá de estar nos planos dos pré-candidatos: a segurança.
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Os santa-marienses estão assustados com a escalada da violência na cidade, impulsionada pelas disputas do tráfico de drogas. O assunto está em todas as rodas. Do início do ano até a sexta-feira (19), o número de homicídios chegou a 29. E essas estatísticas não são porque as polícias – civil e militar – não estão trabalhando. Ao contrário: as autoridades têm feito prisões e apreensões de drogas e armas e solucionado crimes.
As medidas, contudo, não são suficientes para frear a onda de violência, concentrada em grande parte na periferia. Mas, com essa escalada crescente, é questão de tempo para a insegurança bater à porta de moradores de outras regiões, como o centro da cidade. Por isso, é fundamental o papel do município, especialmente de prevenção num cenário em que são perdidos tantos jovens e até adolescentes para o tráfico. Até porque segurança não é só repressão, vai muito além. E, afinal, “segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos” – assim está prevista na Constituição.
Também não por acaso, o delegado de Homicídios, Marcelo Arigony, tem defendido em suas entrevistas a criação de uma secretaria municipal de segurança para centralizar as políticas de prevenção nos planos de governos. O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) foi um avanço, mas é preciso bem mais: uma secretaria com estrutura, um titular com perfil para o cargo e não apenas para acomodar aliados e ações efetivas – ao contrário do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M) que foi mais para inglês ver nas administrações.
Não há mais tempo a perder, e muito menos com órgãos que não funcionam. O pré-candidato que apresentar propostas efetivas e plausíveis para a área da segurança tende a marcar pontos aos olhos dos eleitores.
Pré-candidatos a prefeito de Santa Maria por aí...
As agendas dos pré-candidatos a prefeito de Santa Maria estão, cada vez mais, cheias de compromissos. Secretário estadual de Desenvolvimento Social, o pré-candidato a prefeito do MDB, Beto Fantinel, tem dividido o tempo. Na semana, em Porto Alegre, e nos finais de semana em Santa Maria. Na sexta, por exemplo, ele gravou um podcast e almoçou com o deputado e agora presidente estadual do MDB, Vilmar Zanchin, e com os vereadores Adelar Vargas, Bolinha, e Rudys Rodrigues, entre outros emedebistas.
Pré-candidato a prefeito do PSDB, o atual vice-prefeito Rodrigo Decimo também tem aparecido em vários lugares, especialmente nas ações do governo Jorge Pozzobom (PSDB). Aliás, é estratégia do governo colocar o vice na vitrine e, de preferência, na periferia. Na quinta-feira (18), o tucano saboreou um risoto durante a inauguração da 10ª Cozinha Comunitária, que já está em funcionamento no Bairro Tancredo Neves.
O deputado Valdeci Oliveira, por sua vez, chegou da missão na Espanha, quarta à noite, e na quinta já retomou as reuniões do movimento “Diálogos por Santa Maria” para elaboração do plano de governo de sua pré-candidatura a prefeito. Na quinta à noite, ele, junto com seu pré-candidato a vice, José Farret (União Brasil), recebeu o reforço de um dos principais nomes do PT no Estado: o ex-governador Olívio Dutra.
E como a previsão é de tempo bom para a manhã deste sábado, a expectativa é também da presença de muitos pré-candidatos na esquina democrática, no caso, o Calçadão Salvador Isaia.
Governo Pozzobom
O governo Jorge Pozzobom (PSDB) encerra mais uma semana sem anunciar as mudanças no Executivo. Entre elas, o prefeito precisa escolher o novo secretário da Saúde para substituir Guilherme Ribas, que deixou a pasta em 5 de abril para concorrer a vereador. Por enquanto, a adjunta, Ana Paula Seerig, é quem responde pela secretaria.
Pozzobom irá aproveitar e mexer em outras secretarias para promover certa tranquilidade devido à campanha. O anúncio deve ocorrer na segunda ou terça-feira.
Cicatrizes como entrave?
O Progressistas tem se aproximado do PSDB e poderá ser vice do pré-candidato Rodrigo Decimo, atual vice-prefeito. O maior entrave para uma coligação são as cicatrizes ainda latentes da disputa tensa de 2020 entre o prefeito Jorge Pozzobom e o seu vice à época, Sergio Cechin. Mas os tucanos estão empenhados em aplacar essas feridas.