De crianças a veteranos: escalada esportiva ganha força em Santa Maria

De crianças a veteranos: escalada esportiva ganha força em Santa Maria

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Santa Maria tem um espaço que vem chamando atenção de quem busca aventura, concentração e superação pessoal. O Leões da Montanha, tradicional grupo de montanhismo com mais de 30 anos de atividade, mantém, desde 2005, um muro de escalada que hoje abriga a maior estrutura indoor do Rio Grande do Sul, com paredes de até 10 metros de altura, uma das mais altas do Estado. A modalidade, que se popularizou em todo o mundo após estrear como esporte olímpico nos Jogos de Tóquio, em 2020, conquista cada vez mais adeptos na cidade, de crianças a partir dos 6 anos até escaladores experientes.


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Criado como forma de divulgação da prática, o muro já passou por diferentes locais de Santa Maria até chegar ao atual espaço. O professor de educação física Radamés Paulo Xavier, fundador e responsável pelo projeto, explica que a iniciativa começou bem antes da escalada se tornar olímpica:


— O grupo Leões da Montanha tem 32 anos. O muro, em si, surgiu em 2005, quando a gente já via um movimento internacional para que a escalada entrasse no programa olímpico. Hoje, temos aqui as paredes mais altas do Estado, além dos bolders, que permitem diferentes níveis de dificuldade.


Foto: Vinicius Becker (Diário)


Além da estrutura, o espaço oferece acompanhamento técnico e recebe uma média de oito alunos por hora. Entre os praticantes, estão tanto iniciantes quanto atletas que participam de competições estaduais. Radamés destaca que a escalada não tem limite de idade:


— Já tivemos crianças de 6 anos iniciando no esporte e escaladores com quase 80 anos. O que importa é a disposição de cada um para se desafiar.


Para muitos alunos, o muro é a porta de entrada para a prática em ambientes naturais. É o caso de Otávio Perini, 20 anos, que começou a treinar há pouco mais de um ano e já se desafia em escaladas na natureza. Para ele, é um esporte que exige muita concentração, quase como se estivesse meditando.


— Diferentemente de esportes coletivos, aqui é você com a parede, 100% presente no momento. Essa sensação me ganhou e me levou depois para a rocha, onde a experiência é ainda mais intensa – comenta.


O colega de treinos Gustavo Cassol, 19 anos, que começou recentemente e prefere ser chamado apenas de Fulano, reforça que o clima comunitário do espaço também é um diferencial:


— Sempre gostei de subir em árvore, em muros, e aqui encontrei um grupo que apoia e incentiva. Todo mundo torce pelo outro, é muito legal – afirma Cassol.


Gustavo Cassol (à esq.) e Otavio Perini (à dir.)Foto: Reprodução


A procura tem sido tanta que, em horários de pico, não é raro o espaço ficar cheio. De acordo com os instrutores, a escalada esportiva se tornou uma alternativa saudável e desafiadora para jovens, adultos e crianças, unindo atividade física, foco mental e espírito de superação. E quem quiser conhecer não precisa ter experiência prévia: basta agendar uma aula e se aventurar nas paredes do Leões da Montanha.


Foto: Vinicius Becker (Diário)


Há diferentes tipos de escalada, a boulder e a esportiva. Em todos os casos, o participante é levado ao seu limite, mesclando concentração, força e coragem.


No boulder, as paredes chegam a no máximo 5 metros de altura. A prática é feita apenas com colchões de proteção, sapatilha e magnésio para as mãos, sem cordas ou cadeirinhas. O objetivo é vencer rotas curtas e desafiadoras, que exigem principalmente força do abdômen, equilíbrio e controle do corpo. Por isso, é considerada uma modalidade intensa, que força o escalador a dar o máximo em poucos movimentos.


Já a escalada esportiva utiliza cordas, cadeirinhas, capacete e todo o aparato de segurança. No espaço de Santa Maria, há paredes de até 10 metros, as maiores do Rio Grande do Sul, que podem ser percorridas com diferentes níveis de dificuldade. Essa modalidade oferece mais tempo de contato com a parede, além de permitir fluidez nos movimentos, já que o praticante sabe que está protegido em caso de queda.


Segundo Xavier, o nível das rotas segue padrões internacionais, adaptados ao Brasil. Vai do quarto grau, para iniciantes, até graduações avançadas que chegam ao 13º grau. Cada via exige técnicas específicas, e o escalador vai evoluindo conforme sua prática.


— A tendência é que as pessoas busquem sempre se desafiar. Nem todo mundo vai competir em alto rendimento, mas só de participar das etapas amadoras já é muito gratificante – afirma.


Essa combinação de desafio físico e mental faz da escalada uma atividade que atrai perfis variados, desde crianças curiosas até adultos que buscam novas formas de se exercitar e manter o foco no dia a dia.

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