Reunião no Ministério do Trabalho termina em impasse e sindicato não descarta greve no transporte coletivo em Santa Maria

Reunião no Ministério do Trabalho termina em impasse e sindicato não descarta greve no transporte coletivo em Santa Maria

Foto: Renan Mattos (Diário/Arquivo)

Após mais de duas horas, a reunião realizada no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nesta quinta-feira (18), terminou em impasse. Sem solução apresentada, o Sindicato dos Trabalhadores e Condutores de Veículos Rodoviários de Santa Maria e Região (Sitracover) não descartou a possibilidade de greve no transporte coletivo, caso a prefeitura de Santa Maria não efetue o pagamento do subsídio de cerca de R$ 15 milhões devidos ao consórcio do Sistema Integrado Municipal (SIM).


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A reunião ocorreu a portas fechadas e reuniu representantes do Sitracover, da prefeitura de Santa Maria, da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) e de um fiscal da delegacia regional do MTE.


Convocada pela Delegacia Regional do Trabalho, a pedido do Sitracover, a reunião teve como objetivo buscar uma saída para evitar um colapso no transporte coletivo. Entre os riscos apontados estão o atraso no pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário e do tíquete-alimentação dos trabalhadores, além da possibilidade de falta de diesel para abastecer os ônibus. Representantes ouvidos pela reportagem também não descartam aumento da tarifa para valores acima de R$ 8 no próximo ano. Para evitar o colapso, a prefeitura precisaria repassar aproximadamente R$ 15 milhões ao consórcio agora. Com encargos, o valor pode chegar a cerca de R$ 20 milhões, segundo a ATU.


De acordo com o presidente da ATU, Luiz Fernando Maffini, nenhuma solução foi apresentada pelo Executivo municipal ao longo das quase três horas de reunião.


– Durante todo esse tempo, nós nunca atrasamos salários e estamos numa situação totalmente adversa. Fizemos um apelo aos representantes da prefeitura, que estavam aqui nesta manhã, para que voltem a conversar com o prefeito e secretários e nos deem um retorno ainda hoje. Estamos na quinta-feira. Até sábado, existe prazo hábil para que a prefeitura tome uma decisão e apresente uma solução – afirmou.


A ATU também não descarta reajuste da tarifa, que atualmente é de R$ 6,50 na catraca, para pagamento em dinheiro, e de R$ 5,90 em cartão de bilhetagem. A tarifa técnica é de R$ 7,65, sendo a diferença paga pela prefeitura.


– A prefeitura não está repassando os subsídios. Certamente, a tarifa também terá que ser reajustada. A partir de janeiro, começamos a tratar com os trabalhadores um novo salário, o que também vai impactar em novos valores de subsídio – explicou.


Representantes ouvidos pela reportagem não descartam que a tarifa possa ultrapassar R$ 8 no próximo ano.

Redução de frota negada

Durante a reunião, também foi discutido o pedido das empresas para reduzir em 35% a frota de ônibus em circulação como medida de economia. A solicitação, que já estava em análise pelo Executivo, não foi autorizada neste momento.


O que diz a prefeitura

Questionado pelo Diário sobre o pagamento, o Procurador-geral do Município, Guilherme Cortez, reconheceu a defasagem financeira do sistema, mas tratou com cautela os números apresentados pelo consórcio.


O procurador afirmou que o Executivo realiza uma análise diária das contas, na mesma lógica aplicada aos salários dos servidores municipais, para definir o que pode ser pago. "Estamos trabalhando nisso (pagar o subsídio) para ver o que é possível repassar ainda dentro do ano de 2025. Na mesma ideia dos salários, tem sido diária a análise para ver as condições". 


Sobre o montante exato da dívida reconhecida pelo município, Cortez informou que ainda não há um cálculo fechado.

Colaborou: Deni Zolin


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Rian Lacerda

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