Foto: Polícia Civil (Divulgação)
Corpo foi localizado semanas após o desaparecimento da adolescente
Está marcado para esta quarta-feira (10) o início do júri popular dos cinco réus denunciados pelo assassinato de Gabriela Ferreira Glasenapp, 15 anos, ocorrido em novembro de 2021, em Restinga Sêca. De acordo com o portal Tribuna de Restinga, a sessão, que ocorrerá no Fórum da cidade, tem previsão de durar ao menos três dias, dada a complexidade do caso.
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Os acusados, com idades de 27, 33, 36, 37 e 39 anos, responderão por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, extorsão qualificada e organização criminosa.
A extorsão teve como vítima a mãe da adolescente. A condução dos trabalhos será da juíza Rosangela Maria Vieira da Silva. A acusação estará a cargo da promotora de Justiça Sara Weiser Martins.

O crime
Gabriela foi executada com dois tiros na cabeça e enterrada em uma cova, de cerca de 40 centímetros, em uma área de mata na Vila Pelizáro, em Restinga Sêca, em 14 de novembro de 2021. O corpo só foi encontrado no início do mês de dezembro, devido ao trabalho de busca que envolveu Polícia Civil, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros, com auxílio de um cão farejador, que localizou o ponto onde a vítima estava enterrada.

O último contato da adolescente com a família ocorreu no dia em que sumiu. À tarde, a mãe de Gabriela recebeu uma chamada pelo celular da filha. Na linha, um homem e duas mulheres afirmavam que a adolescente teria uma dívida.
Segundo a mãe, a filha também estava na ligação. A mulher relatou ter transferido R$ 450, conforme exigência de resgate dos criminosos. Depois disso, não conseguiu mais falar com a filha.
A investigação apontou que a dívida seria ligada ao tráfico de drogas. Na época, o delegado regional Sandro Meinerz explicou que a identificação da área onde o corpo estava enterrado só foi possível após a análise de centenas de imagens de câmeras de segurança.
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Uma delas mostrou Gabriela caminhando ao lado de um casal, que a conduz até o local do crime. As imagens registram o trio às 17h25min e, cerca de meia hora depois, o casal retorna sem a jovem.
Reconstituição e investigação
Cerca de cinco meses após o crime, foi feita a reconstituição do crime, solicitada pelo Ministério Público. A ação ocorreu em diferentes pontos da cidade, incluindo a casa onde Gabriela teria permanecido antes de ser levada para a mata.

Conforme a Polícia Civil, duas pessoas teriam executado a adolescente, enquanto outras três foram ao local do crime após a execução, abriram a cova e enterraram a vítima, participando da ocultação do corpo. Todos eram subordinados ao líder de uma facção que comandava as ações diretamente da Região Metropolitana.
Áudios de ameaça
Dias antes do corpo ser localizado, a mãe de Gabriela recebeu uma série de mensagens por áudio, em tom de ameaça.
– Eu vou matar porque ela nem merece a mãe que tem. Já prepara o caixão – teria dito um dos acusados.
– Ela tá se estragando... vai perder a vida dela – relata em áudio, um dos acusados pela morte da adolescente.
– Dá uma pesquisada no que a gente faz. Tua filha vai morrer por R$ 450 – diz, um dos acusados, em áudio enviado para a mãe da jovem.