Queda de 6% nas vendas em mercados: impacto de bets e consignados, diz Agas

Queda de 6% nas vendas em mercados: impacto de bets e consignados, diz Agas

Foto: Beto Albert (Arquivo/Diário)

Em entrevista à Rádio CDN nesta terça-feira (2), o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Lindonor Peruzzo Junior, afirmou que as redes do Estado e do resto do Brasil tiveram uma queda de 6% nas vendas de alimentos e outros produtos por conta do endividamento das famílias. Os motivos: parte delas está gastando uma cifra bilionária em apostas online, e outras pegaram mais empréstimos consignados.


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Junior diz que a Agas e entidades empresariais do Rio Grande do Sul apoiam o projeto de lei do deputado estadual Tiago Simon (MDB), para proibir as propagandas e anúncios de bets, com forma de tentar frear os gastos com apostas online. Segundo ele, há uma estimativa de que 20 milhões de brasileiros irão gastar R$ 300 bilhões em bets só em 2025, retirando muito dinheiro que antes era usado para comprar nos supermercados e nas lojas em geral. Peruzzo diz que esse projeto tentando a proibição de anúncios de bets é só o primeiro passo.

 
– O crédito consignado é outro problema, que estamos trabalhando junto com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).Cerca de 30% dos trabalhadores entraram no financiamento do crédito consignado do fundo de garantia (FGTS). Lembrando que o fundo de garantia é um dinheiro do trabalhador e o governo achou um jeito de emprestar esse dinheiro por meio de uma financeira, que cobra juros abusivos de algo mais seguro possível, pois é dinheiro do FGTS. Lembrando que muitos pagam juros de até 15% ao mês. Uns 30% entraram nesse endividamento, mais os gastos com as bets, impactaram em queda de 6% nas vendas dos supermercados. E entendemos também que as bets geram dívidas nas famílias e até suicídios, precisando ter algum regramento do governo – diz Junior.


Segundo ele, devido ao crédito consignado do FGTS no começo deste ano, o perfil de consumo mudou depois do Dia das Mães, por conta do maior endividamento dos consumidores, que começaram a ter desconto de parcelas para o pagamento do empréstimo e, com isso, queda de renda.


– E isso ocorre em todo o Brasil, é um ano atípico, não tem relação com a seca aqui do Estado – diz.


Nos mercados, segundo ele, o tíquete médio caiu em função da queda no poder aquisitivo. Além disso, produtos mais caros estão sendo trocados por outros mais baratos. Um exemplo é que muitos consumidores estão migrando da carne de gado para carnes mais baratas, como de porco ou frango.

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Deni Zolin