Sabe quando as coisas estão melhorando, mas você fica ainda mais incomodado com o que falta? Esse é o chamado Efeito Tocqueville, um conceito que explica um paradoxo da nossa sociedade. A ideia, observada inicialmente pelo pensador Alexis de Tocqueville, é que, à medida que a igualdade avança – seja ela econômica, de gênero ou racial – nossa sensibilidade a qualquer pequena diferença também aumenta. Em vez de nos sentirmos satisfeitos com o progresso, passamos a nos comparar mais, e cada pequena desvantagem se torna um grande problema.Um bom exemplo é o mundo digital. As redes sociais prometeram “igualdade” ao dar voz a todos, mas nos colocam constantemente diante das vidas “perfeitas” de outras pessoas. Mesmo que sua vida seja muito mais confortável do que a de um rei ou rainha do século passado, a comparação constante pode gerar a sensação de que você está sempre “atrás”, criando uma frustração que não existiria sem essa exposição.
No fim, a busca por mais igualdade, em vez de nos deixar mais felizes, pode aumentar nossa percepção sobre o que ainda falta – por menor que seja.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Inteligência artificial no ensino da medicina
A inteligência artificial já é uma realidade nas salas de aula e na prática médica. Um artigo de Raja-Elie E. Abdulnour e colaboradores, publicado no The New England Journal of Medicine neste mês, aborda como a IA pode ser integrada de forma prática e segura à educação médica.
Para isso, o texto sugere que os professores priorizem o ensino do pensamento crítico, treinando os alunos a avaliarem a precisão das respostas geradas pela IA. O objetivo não é apenas obter informação, mas também questioná-la e verificar se a solução proposta faz sentido, evitando erros e vieses.
Em segundo lugar, destaca-se a prática adaptativa, em que o aprendizado equilibra o uso da IA para tarefas rotineiras com o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas de forma independente.
Por fim, o artigo propõe que a avaliação dos alunos inclua a observação e análise de como utilizam as ferramentas de IA, garantindo que a tecnologia seja usada como complemento – e não como atalho.
Essa abordagem assegura que a IA se torne uma ferramenta poderosa para o profissional do futuro, complementando suas habilidades sem substituir sua capacidade de pensar criticamente e resolver problemas complexos.
Intervenções de estilo de vida e saúde mental
Um relatório da Comissão de Saúde Física da revista especializada Lancet Psychiatry destaca uma conexão preocupante entre saúde física e mental: pessoas com transtornos mentais graves enfrentam um risco muito maior de desenvolver doenças cardiovasculares e problemas metabólicos, o que pode reduzir sua expectativa de vida em mais de uma década.
Fatores como tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada e sono irregular são muito comuns nesse grupo. O relatório argumenta que ações focadas em um estilo de vida mais saudável – como incentivar a prática de atividade física, a boa nutrição e o abandono do cigarro – são complementos fundamentais ao tratamento de transtornos mentais.
Essas intervenções não apenas ajudam a aliviar os sintomas das doenças mentais, como também protegem a saúde física e promovem o bem-estar geral.
O principal desafio, agora, é fazer com que a implementação dessas medidas se torne parte essencial do cuidado diário na saúde mental – garantindo que o bem-estar físico não seja negligenciado.