Não é a Prefeitura que está sem grana, é o IPASSP que está em crise

As discussões sobre a previdência municipal têm ganhado destaque e criam uma narrativa de que a Prefeitura está quebrada. Isso é uma inverdade: quem está em crise é o sistema previdenciário, o que obriga a prefeitura a injetar recursos no sistema — foram 215 milhões em 2025, sendo 19 milhões só em novembro. Os dados do Portal da Transparência mostram que algumas funções no topo da carreira recebem remunerações que variam entre R$ 24 mil e mais de R$ 35 mil. Apesar de legítimos dentro da estrutura vigente, tais valores contrastam com a realidade econômica da cidade, onde a renda média formal gira entre R$ 2.500 e R$ 3.200 e a base produtiva é composta majoritariamente por micro e pequenas empresas.


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Sistema pressionado 

A pressão sobre o sistema previdenciário é multifatorial, mas também ocorre porque salários elevados se transformam em aposentadorias igualmente elevadas, aumentando o déficit atuarial e exigindo aportes constantes do município. Cerca de 20 servidores recebem mais de R$ 25 mil, enquanto no magistério, 11 professores ultrapassam R$ 20 mil.  
Embora a grande maioria se encontre na faixa entre R$ 1.518 e R$ 20 mil, o peso no topo da carreira é significativo.


Comparativo com a iniciativa privada

Quando comparados ao setor privado, os valores pagos pelo município tornam-se ainda mais discrepantes: professores da rede privada recebem entre R$ 2 mil e R$ 6 mil, coordenadores em torno de R$ 7 mil e docentes universitários raramente ultrapassam R$ 10 mil. Essa diferença reforça a urgência de repensar o modelo previdenciário, buscando equilíbrio financeiro sem comprometer a valorização dos servidores e os investimentos na cidade.


Qual o caminho?

A solução passa por um novo modelo de custeio, envolvendo revisão das regras de contribuição, adequação patronal e mecanismos sustentáveis. Somente com uma reforma previdenciária será possível garantir o futuro dos servidores e a continuidade dos serviços públicos. A saúde financeira de Santa Maria depende da razão e não de palanques ideológicos.

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Ronie Gabbi

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