Foto: Gilson Alves
Francisco Ribas Resende, o Chiquinho, traz relatos de diferenças e semelhanças entre as conquistas pelo Alvirrubro em 2007, quando jogador, e em 2025, agora dirigente do clube

Francisco Ribas Resende, ou simplesmente Chiquinho, 44 anos, é o maior ídolo da história recente do Inter-SM. Natural de Bagé, radicou-se em Santa Maria desde que foi contratado para ser o camisa 10 do time de Bebeto Rosa, em 2007.
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Para reforçar ainda mais a idolatria, é o único profissional envolvido diretamente nos últimos dois acessos do Alvirrubro para a Série A do Campeonato Gaúcho: na primeira vez, quando era o meia armador da equipe, e em 2025, na função de gerente de futebol.
– É um feito marcante para mim, porque participei diretamente destes dois últimos objetivos do Inter-SM. É uma alegria que vivenciei como jogador estando nas ações da partida, e agora como dirigente, na qual há uma preocupação porque foge do teu alcance, já que depende dos atletas comprarem a ideia daquilo que tu pensa fora do campo. Mas o importante é que chegamos ao objetivo principal. O 29 de setembro de 2007 está presente na minha memória e o mesmo vale, claro, para o 17 de agosto de 2025 – conta.
Comparações
Chiquinho comenta sobre diferenças e semelhanças que percebe entre o que foi subir para a elite do futebol gaúcho em dois momentos distintos.
– Em 2007, eram sete anos sem o acesso. Desta vez, eram 14, há uma diferença. O alcance da primeira vez não era tão grande, igual hoje, pelas questões digitais, devido às redes sociais, e da forma que as informações são dimensionadas. Mas foi uma euforia contagiante, nas duas vezes. Sobre semelhanças, quando cheguei ao clube como jogador, encontrei um ambiente autêntico e familiar, bem parecido com o que vivenciamos em 2025. O atleta só consegue entregar tudo dentro de campo quando a vida privada está bem resolvida. Aquele ano aconteceu isso, e eu presenciei o mesmo nesta temporada. Esse ponto é positivo para darmos uma sequência nos próximos anos – explica o atual dirigente.
Chiquinho complementa sobre diferenças relatando que, hoje em dia, o celular estabelece relações diferentes do que há 18 anos, pois todos “perdem um pouco de tempo” pelos afazeres impostos pelo aparelho, mas cada momento é importante e deve ser valorizado.
A idolatria
O ex-camisa 10 e, agora, dirigente do Inter-SM, traz também depoimentos sobre o quanto é idolatrado e procurado por torcedores.
– Não faz muito, encontrei um torcedor que, em 2007, ficou com um pé de uma das minhas chuteiras, que entreguei para ele na hora da festa pelo acesso. Ele veio em um jogo, estava nas cadeiras do Presidente Vargas e me relatou. Ficar marcado na vida de um torcedor é importante para mim. E, neste ano, muitas pessoas associaram meu nome às duas conquistas. Não fiz nada sozinho, faço parte de uma engrenagem, mas vejo que as pessoas valorizaram muito o meu trabalho. Foram inúmeras mensagens no Facebook e no Instagram. Teve também torcedores que me procuraram na hora da festa deste ano, me apresentaram o filho, me abraçaram, tiraram foto comigo e se emocionaram. Isso é muito gratificante – relata o ídolo alvirrubro.
Planejamento
Há mais de um mês da confirmação de vaga na Série A, se engana quem pensa que Chiquinho teve descanso. O planejamento para 2026 começou no dia seguinte ao acesso.
– Os jogadores cumpriram a missão, mas o staff do clube não para. Tudo passa pela tentativa de manutenção do elenco. Não posso revelar nomes, até porque ainda há muitas tratativas. O presidente Pedro Della Pasqua confirmou as renovações do Mossoró, Julio Simas e Jarro. Posso te dizer que o Mateus Santana fica. Ele é um modelo de perfil de atleta que procuramos e se tornou o mais longevo aqui, pois irá para a sua quarta temporada. Já é de conhecimento que o Bruno Coutinho permanece, teve o contrato renovado. Nossa ideia é manter o maior números possível de profissionais que garantiram o acesso – finaliza.