Inflação

Alívio na aceleração dos preços só deve vir no segundo semestre de 2015, diz economista

Juliana Gelatti

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O ano de 2014 registrou o terceiro maior aumento de preços desde que começou o controle pelo Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), pelo Laboratório de Práticas Econômicas (Lape) do Centro Universitário Franciscano.

O índice de 6,71% é maior do que o máximo que o governo federal estava disposto a tolerar para o ano: 6,5%. A meta da inflação só foi respeitada pelos índices nacionais, como o IPCA, que encerrou o ano a 6,41%. O preço de alimentos como a carne bovina aumentou consideravelmente no período, tanto no país, quanto em Santa Maria, e pesaram no bolso do consumidor.

Unindo três cortes de carnes presentes na mesa dos santa-marienses — guisado de primeira, coxão de dentro e chuleta —, a variação na cidade foi de 18%. O percentual é bem menor do que a variação no preço da erva mate, que mais do que dobrou de preço no período, mas impacta mais nas contas:

— O arroz, o feijão e o tomate também subiram bastante neste ano, e é isso que as famílias mais consomem no dia a dia e que os restaurantes mais oferecem aos clientes. Por isso pesam mais na inflação e repercutem nos preços de outros produtos e serviços— explica o coordenador do Lape, Mateus Sangoi Frozza.

:: Acompanhe a variação da inflação em 2015

A explicação para os preços terem subido mais em Santa Maria do que nas capitais de Estados (onde são pesquisados os preços para o IPCA) é a dificuldade logística e a falta de concorrência. Alimentos básicos, como algumas hortaliças, legumes e frutas, têm de vir de fora e, para quase todas as redes de supermercados, a distribuidora é a mesma, o que eleva o custo.

:: Conta do restaurante ficou mais cara após 100 meses em Santa Maria

:: Custo de vida subiu o previsto para um ano em seis meses

O grupo de despesas com Educação foi o que mais aumentou ao longo do ano (11,75%). Nesse item entram as mensalidades escolares e de faculdades, de cursos técnicos, pré-vestibulares e de idiomas, entre outros

— Cada vez mais gente está vendo a importância de investir em qualificação profissional. E a maior procura por esses cursos ocasiona o aumento de preços — complementa o economista.

Ações podem demorar a ter efeito prático

Desde as eleições, o governo federal já deu sinais de preocupação com a inflação e deve administrar outras doses do principal remédio contra esse mal: a alta dos juros. Mas, como o brasileiro, em geral, não costuma ponderar o peso dos juros no consumo, essa medida pode demorar até o segundo semestre para ter efeito. Além disso, em janeiro já começam a impactar alguns fenômenos inflacio"

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