Uma cuidadora de idosos e estudante da Escola Tancredo Neves, de 17 anos, foi uma das pessoas feitas reféns durante um assalto a um prédio da Rua Pinheiro Machado, em Santa Maria, na manhã desta terça-feira. A adolescente, que nasceu em Mata, mora na cidade há cerca de três meses e conta como foram os momentos sob a mira dos bandidos.
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Cinco criminosos, sendo uma mulher e quatros homens, chegaram no local em um veículo identificado com a logomarca dos Correios. Dois estavam armados. Um deles usava roupas de carteiro. Eles renderam o porteiro e acessaram dois apartamentos da mesma família. Foram levados relógios, joias, um celular e as chaves dos imóveis. A família era dona da rede de farmácia Drogacentro, em Santa Maria.
Diário de Santa Maria_ Quando você percebeu que se tratava de um assalto?
Cuidadora_ Ele (o assaltante vestido de carteiro) foi bem claro. Na hora em que eu abri a porta ele falou é um assalto, fica quietinha. Então, eu não tive dúvidas. Ele estava escondido atrás do porteiro e foi perguntando onde estavam as joias e o cofre.
Diário_ E você tem certeza que as roupas eram mesmo de um carteiro?
Cuidadora_ Era roupa de carteiro, sim, estava escrito, inclusive, Correios. A roupa estava perfeita, só se tinha crachá eu não lembro.
Diário_ Houve algum momento de pavor?
Cuidadora_ Não exatamente, ninguém gritou. Ele mandou a gente deitar no chão, o mesmo que estava vestido de carteiro e nos amarrou, mas conseguimos manter a calma. Igual, foi horrível, nunca mais quero ter que passar por isso.
Diário_ Em que momento você sentiu mais medo?
Cuidadora_ Com certeza no momento em que ele mandou eu me ajoelhar em frente à cama. Nessa hora, eu achei que ele ia me matar. Pensei na hora naqueles ataques terroristas. Eles pedem para as pessoas se ajoelharem antes de serem mortas.
Diário_ Você teve medo de que eles pudessem ter machucado a idosa?
Cuidadora_ Na verdade, eu estava muito nervosa, mas depois pensei que se eles não tinham nos machucado, não iriam ter a coragem de fazer mal contra uma senhora. Ela estava dormindo e nós não vimos nada do que houve lá dentro do quarto.
Diário_ Pela forma como ocorreu o assalto, você acha que os ladrões sabiam que havia algo de valor na casa?
Cuidadora_ Ah, com certeza. Eles pediram na hora pelo cofre e pelas joias. Também falaram de dinheiro. A família não tem nenhum suspeito ainda, mas acredita, sim, que foi algo planejado.
Diário_ Depois do assalto, você vai mudar algo na sua rotina?
Cuidadora_ Certamente, agora, vou redobrar a atenção para abrir a porta. Só com identificação e olhe lá. Mas não penso em ir embora de Santa Maria, não.
A investigação
Segundo o delegado Sandro Meinerz, da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), o roubo está em fase de investigação, e ainda é muito cedo para nomear suspeitos. Ainda não se sabe qual a origem do uniforme de carteiro utilizado por um dos assaltantes na ação.
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