40º homicídio de 2015

'Não consigo acreditar que tenha sido ele', diz mãe de suspeito de matar militar em ritual de magia negra

Pâmela Rubin Matge

Três dias após a prisão de Braian Kümmel da Silva, 19 anos, suspeito de ter matado o colega de quartel Gilberto Zahn Couto, 19 anos, em setembro de 2015, o Diário conseguiu falar por telefone, por cerca de 4 minutos, com a mãe do suspeito.
A dona de casa de 43 anos relatou estar incrédula com o crime envolvendo o filho:

– Eu não entendo. Não consigo acreditar que tenha sido ele. O menino nunca foi revoltado, nunca fez algo que desse a entender que ele tinha algum problema. Foi sempre carinhoso com a gente. Quando estava no quartel, ele mandava mensagem todos os dias dizendo: "Cheguei, mãe. Te amo. Beijo."

Segundo a mãe de Braian, o jovem é filho único. Ele dividia a casa com os pais e sua companheira. Natural de Santa Maria, desde que saiu do quartel, estava trabalhando como servente de pedreiro na Vila Bilibio. É praticante de capoeira e também gosta de assistir televisão e passear pelo centro da cidade. Acompanhado da mãe, chegou a ir algumas vezes ao centro de umbanda que ela frequenta há mais de 20 anos. A mãe esclarece, porém, que o local era "linha branca" e que não tem qualquer relação com o fato envolvendo o filho.

Ela ainda contou que sabia da amizade de Braian com Gilberto Zahn Couto. Inclusive, Couto teria ido até a casa onde moram no dia em que morreu:

– O Brain sempre falava do Couto. Eram amigos. Naquela tarde, ele apareceu aqui em casa e eu ainda o convidei para tomar um café ou jantar, mas ele disse que precisava ir para o quartel. O Brain saiu junto com ele e às 23h já estava em casa.

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À mãe, Brain contou que acompanhou o colega até a esquina da Escola Martinho Lutero, no bairro Juscelino Kubitschek. De lá, fora para a casa de amigos encontrar a namorada, com quem retornou mais tarde.

O caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, sob o comando do delegado Marcelo Arigony. Há uma semana, o inquérito foi remetido à Justiça.

De acordo com o delegado, o crime não tem ligações com outros casos envolvendo magia negra na cidade. Por enquanto, o crime enquadra-se como homicídio qualificado por motivo torpe (para "ganhar poder"). Arigony esclareceu que a confissão de Braian foi o que faltava para o pedido de prisão, e foi reforçada por evidências coletadas no Facebook e pelo fato de o celular da vítima estar casa do jovem.

Ainda, segundo Arigony, uma coincidência acabou contribuindo na investigação. Durante um depoimento do jovem à polícia, outra pessoa que prestava esclarecimentos sobre outro fato, ouviu a conversa e identificou que o crime envolvendo Braian poderia se tratar de magia negra.

– Foram ouvidas pessoas ligadas a religiões ocultistas, que entendem do assunto, mas que não são ligadas a magia negra ou sacrifício humano. Essas pessoas não foram ouvidas formalmente e não compõem a cadeia de provas. A seita é uma coisa dele, que se interessou pelo assunto e foi pesquisar. É uma história mirabolante...

Brain ainda não apresentou advogado.

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