Ações de segurança nas escolas acontecem desde 2023 em Santa Maria; mais de 80 contam com 'botão de pânico'

Casos como o do ataque à Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, em Estação, no norte do Rio Grande do Sul, registrado na terça-feira (8), acendem alerta em todo o país sobre a segurança nas instituições de ensino. E em Santa Maria não é diferente. Segundo o secretário municipal adjunto de Segurança e Ordem Pública, Sandro Nunes, a proteção às escolas do município é discutida com constância entre os órgãos de segurança. Ele destaca que um 'botão do pânico' foi instalado em 88 escolas da rede municipal de Santa Maria desde um ataque que matou crianças em creche em Blumenau, Santa Catarina, em 2023. 

– São fatos recorrentes. Não são diários, mas o ciclo se repete. Então, para isso, o Poder Público tem que estar preparado. Constantemente nos reunimos. Na terça-feira, estávamos reunidos com a secretária da Educação, Gisele Bauer, na Escola Dom Luís Vitor Sartori, acompanhando obras e apontando alguns locais que são importantes, além de manter um cercamento da escola, que é algo que nos preocupa, mesmo com câmeras – comentou Nunes.

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Sobre a segurança, o secretário apontou, além da implementação de 'botão pânico', outros métodos de monitoramento nas escolas, como as câmeras. Um aplicativo foi criado e disponibilizado às equipes diretivas das instituições de ensino para casos de necessidade em relação à segurança. Nunes apontou que ainda na terça-feira (8), após o caso em Estação, chamados foram realizados, com ligações suspeitas. Nesse sentido, a Guarda Municipal se desloca até o local para "ação imediata". 

– Isso acaba deixando em alerta a comunidade. Alguns diretores ligaram por conta de movimentação estranha próximo à escola. E acompanhamos essas ocorrências. Nenhum fato se comprovou, mas foi importante a presença da Guarda nesses locais. Não queremos que se crie uma sensação de insegurança e de pânico, mas sabemos que é natural. Vamos dar respostas e estar preparados sempre que tiver algum chamado – destaca o secretário adjunto. 

Como funciona o dispositivo

O dispositivo do local é interligado à rede de alarme, e não depende apenas do sistema de Internet, já que é ligado via rádio. Nunes aponta que alguns acionamentos são feitos com frequência, mas por questões de descuido. Nesse caso, a equipe do Ciosp acessa as câmeras de segurança e entra em contato com a escola. Uma viatura é deslocada até a instituição que fez o chamado para verificar a segurança do local. 

– É tanto fixo quanto móvel. Também, junto ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), desenvolvemos um aplicativo botão do pânico que também foi fornecido aos diretores de escolas e administradores. Isso faz parte de um conjunto de ações, não pode ser uma ação só. Temos câmeras no local e o telefone 153 sempre disponível. Além disso, os sistemas de alarme que fazem parte, e também os controles de acesso – ressalta.

Outros casos

Casos de brigas e canivetes já foram registrados desde 2023, segundo Nunes, mas a resposta teria sido rápida e efetiva em relação às situações. 

Sentimento de segurança

A diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Paim de Oliveira, Laura Leite Moreira, destaca o sentimento de amparo em relação à segurança do colégio, dos estudantes e dos professores. Além disso, informa que apenas um caso foi registrado acidentalmente: 

– Tivemos um caso registrado no colégio apenas, mas sem querer, e foi feito contato com a escola. No caso, os próprios órgãos de segurança nos relataram depois que foi essa situação de aconteceu. Mesmo assim, chegaram até o local, fizeram uma ronda pela escola, e entenderam que foi sem querer. Nos sentimos amparos em relação à segurança.

Na escola, rondas escolares pelos órgãos de segurança, como da Brigada Militar, já foram feitas nesse ano. A escola funciona com diferentes grupos de estudantes a depender dos dias. No total, são 175 crianças da Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental, que estudam em turno integral: 

– Sempre estamos juntos com os alunos, nos momentos de intervalos deles. É uma forma de termos esse contato e conversas com eles. Sempre dialogamos sobre o respeito com o outro, sobre normas de convivência e de como se cuidar. Temos uma relação muito aberta com os nossos estudantes, desde os pequenininhos até os do 9º ano – relata a diretora.