Caso Théo: ameaças levam advogado a deixar defesa de Tiago Felber, acusado de matar o próprio filho em São Gabriel

Caso Théo: ameaças levam advogado a deixar defesa de Tiago Felber, acusado de matar o próprio filho em São Gabriel

Foto: Reprodução

Vendedor Tiago Ricardo Felber, 40 anos, jogou o filho de uma ponte em São Gabriel em março deste ano

O advogado criminalista Roberto Leite anunciou, na quarta-feira (10), que não atua mais na defesa do vendedor Tiago Ricardo Felber, 40 anos, acusado de matar o filho, Théo Ricardo Ferreira Felber, 5 anos, ao jogá-lo de uma ponte em São Gabriel. A decisão foi comunicada por meio de nota à imprensa e protocolada no processo judicial.

Leite explicou que tomou a decisão após sofrer ameaças constantes desde que assumiu o caso, na audiência de custódia, em março deste ano.

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– Desde o dia em que assumi o caso, recebo, pelas redes sociais, ameaças de morte contra mim e contra minha família. Também sofri ameaças pessoalmente. Isso fez mudar minha rotina: deixei de correr e de caminhar na rua, coisas que fazia normalmente. Com a proximidade da audiência, as ameaças retornaram. Então, para minha integridade, da minha família e pela minha paz, decidi me afastar – relatou.

O advogado afirmou que não defende o crime cometido, mas sim princípios constitucionais.

– Não tenho nenhum nexo com o que o Tiago fez. Eu não estava lá, não participei de nada. Apenas exerci meu trabalho como advogado. Defendo a Constituição Federal, defendo a lei. Acho injusto e temerário ser acusado como se fosse cúmplice do que ele fez – disse.

Leite também destacou o impacto emocional que as ameaças tiveram:

– O ser humano precisa de tranquilidade, de paz. Essas acusações e ameaças me tiraram isso. Muitos fazem ameaças sem agir, mas não temos como saber o que passa na cabeça das pessoas. Coloquei tudo isso na balança e decidi renunciar.


Atuação na defesa

Durante o período em que representou Tiago Felber, Roberto Leite levantou questionamentos sobre a legalidade da prisão preventiva. Alegou que o réu foi ouvido sem a presença de advogado e que Felber sofreu agressões após a prisão. Por isso, o advogado pediu sua transferência para outra unidade prisional, alegando risco à integridade física.

– Sempre questionei os procedimentos que considerei ilegais. Pedi que fossem garantidos os direitos fundamentais dele, independentemente da gravidade do crime – informou Leite.


Com a saída de Roberto Leite, Tiago Felber terá de constituir um novo advogado. Caso isso não ocorra, a Justiça nomeará um advogado para atuar no processo do réu.

Tiago Felber segue preso preventivamente na Penitenciária Estadual Modulada de Uruguaiana. Ele será interrogado no dia 25 de setembro, às 13h30min, em audiência híbrida na Vara Criminal de São Gabriel. O vendedor foi indiciado em 21 de abril por tentativa de homicídio e homicídio qualificado. Confira:

1. Tentativa de homicídio qualificado: Por tentar matar o filho por esganadura, motivado por ciúmes e desejo de vingança contra a ex-companheira.

2. Homicídio qualificado: Por matar o filho ao jogá-lo de uma ponte, utilizando de meios cruéis e dissimulados para cometer o crime.


O crime

Conforme a investigação da Polícia Civil, na noite de 24 de março de 2025, Felber tentou esganar o filho em um quarto de casa, mas desistiu após a criança resistir. No dia seguinte, levou Théo para um passeio de bicicleta, durante o qual ofereceu refrigerante e permitiu que o menino usasse seu celular para distração. Aproveitando-se da confiança do filho, Felber o jogou de uma ponte sobre o Rio Vacacaí, resultando na morte da criança por politraumatismo. 

Em depoimento, o pai confesso o crime e afirmou que o assassinato foi motivado por vingança contra a ex-companheira, mãe de Théo. Felber revelou que seu “plano A” era matar a ex-mulher e o namorado, mas, ao não conseguir, optou por matar o filho como “plano B”.


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