Foto: Rian Lacerda (Diário)
A sequência de invasões à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Pão dos Pobres Santo Antônio, no Bairro Passo D’Areia, em Santa Maria, ganhou mais um capítulo no fim de semana. No início da noite de domingo (9), criminosos voltaram a agir no local, destruindo partes da dependência interna, quebrando equipamentos e causando novos prejuízos estruturais. Este é o sétimo caso de furto na escola em pouco mais de um mês.
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Conforme a direção, os suspeitos entraram pelo telhado, quebrando algumas telhas e causando danos à cobertura do prédio. Além disso, armários foram revirados, um freezer foi quebrado e houve vandalismo dentro de uma das salas, além de novos furtos de materiais da escola. A equipe escolar já iniciou reparos emergenciais para tentar evitar novas entradas pelo mesmo ponto.
O novo ataque ocorre menos de uma semana após outro furto, registrado na madrugada de quarta-feira (5), quando cabos de energia foram levados e o fornecimento elétrico ficou comprometido. Desde o início de outubro, a escola já contabiliza ao menos sete invasões, com foco em metais e equipamentos.
Mesmo diante da série de ocorrências, a instituição segue em funcionamento e mantém o atendimento aos alunos. Diante do furto registrado na última quarta, a Secretaria Municipal de Educação (SMEd) havia informado que acompanha a situação e solicitou reforço na vigilância por parte da Guarda Municipal para tentar conter a onda de furtos.
Relembre o caso
5 de outubro - primeira invasão, com furto de fiação e cabos de energia, o que causou a interrupção no fornecimento elétrico e prejuízos a rede interna.
7 de outubro - furto de cabos de cobre
19 de outubro - novo furto de tudos de cobre da rede de gás e de torneiras, provocando vazamento e risco à estrutura da edificação
28 de outubro - furto de cabos
2 de novembro - criminosos cortaram os cabos de energia do portão de entrada, desabilitando o sistema de acesso, desmontaram um motor de um ar-condicionado e furtaram peças elétricas
5 de novembro - furto de cabos de energia, o que comprometeu o fornecimento de energia elétrica na escola.
9 de novembro - salas foram arrombadas, freezeres e armários.
Falta de verba
Após o furto da última quarta, a reportagem do Diário esteve no local para conversar membros da direção. Conforme os relatos, o impacto financeiro com a sequência de furtos é enorme, e a escola está com dificuldades para consertar os estragos. Entre fios arrancados, portas arrombadas e prejuízos que se acumulam, o cenário é de frustração. O professor de arte e orientador da instituição, Jean Linck, destaca que a sequência de roubos tem dado muito prejuízo à instituição, que atende cerca de 511 alunos.
– Começou com fios de luz, agora chegamos ao ponto de roubarem as fiações, a parte de cobre, os aparelhos de ar-condicionado, está bem complicado. É muito triste, porque acabamos perdendo verba da escola que poderia ser investida em melhorias na infraestrutura, para os alunos, com material, atividades, viagens, assistência pedagógica, e até em comida, mas acabamos tendo que investir novamente em materiais de instalação elétrica. É uma situação triste para nós e para a comunidade carente que atendemos na escola – lamenta Linck.
O que diz a prefeitura
Além dos prejuízos materiais, há preocupação com a segurança. Desde a primeira invasão, a direção da escola tem pedido apoio à Guarda Municipal, especialmente nos fins de semana, quando o prédio fica mais vulnerável. O diretor confirma que a Guarda Municipal passou a fazer mais rondas no local, como já havia sido informado à reportagem pela Secretaria Municipal de Educação. Além do pedido de apoio ao Executivo, todos os furtos foram registrados na Polícia Civil.
Questionada nesta segunda-feira (10), a Secretaria de Educação (Smed) informou que "está ciente da situação da EMEF Pão dos Pobres, acompanha o caso com a equipe diretiva da escola, e presta auxílio dentro das possibilidades. Além disso, a SMEd solicitou ajuda da Secretaria de Segurança e Ordem Pública (SSOP), que ampliou as rondas da Guarda Municipal, com reforço da Brigada Militar (BM) no entorno da escola."