Foto: Mateus Ferreira (Diário)
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (21) a Operação Quarta Colônia Livre, com o objetivo de combater uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e em crimes como roubos e homicídios na região. A ação mobiliza 310 policiais civis, que cumprem 74 mandados de busca e apreensão, 49 de prisão preventiva e 9 de prisão temporária em diferentes cidades da região.
Investigação de cinco meses
Segundo o delegado regional Sandro Meinerz, a investigação vinha sendo conduzida havia cerca de cinco meses pelo setor de inteligência da Delegacia de Polícia Regional de Santa Maria. Nesse período, o trabalho reuniu provas que possibilitaram o desencadeamento da operação nesta manhã. Os mandados estão sendo cumpridos em oito cidades do Rio Grande do Sul.
O delegado explicou que uma facção da Região Metropolitana expandiu sua atuação para o interior, passando a controlar o tráfico de drogas e aumentando os índices de violência. Ele citou como exemplo o homicídio ocorrido em 2023 em São João do Polêsine, quando um homem foi morto com 45 disparos de pistola 9 mm — um crime relacionado à disputa entre facções.
— O objetivo dessa ação é desarticular não só as lideranças que estão no sistema prisional, mas também as lideranças locais dos municípios de Faxinal do Soturno, Agudo e Dona Francisca. A partir dessa desarticulação, buscamos diminuir o tráfico de drogas, enfraquecer o poder desse grupo criminoso e, consequentemente, trazer mais segurança e tranquilidade para as pequenas comunidades da Quarta Colônia, que é uma região extremamente pacata e ordeira.
Bloqueio de contas bancárias e apreensão de provas
A operação também teve caráter financeiro. Com apoio do Poder Judiciário e do Ministério Público, foram bloqueadas mais de 65 contas bancárias de pessoas ligadas ao grupo criminoso. Além disso, a ação resultou na apreensão de materiais que devem reforçar as provas já obtidas.
De acordo com Meinerz, Faxinal do Soturno funcionava como centro de distribuição da droga na Quarta Colônia. O esquema levava os entorpecentes de Porto Alegre para Santa Maria e, de lá, para Faxinal, de onde eram redistribuídos para municípios como Nova Palma, Restinga Seca, Agudo, Dona Francisca e São João do Polêsine.
O delegado destacou que esta foi apenas uma etapa da operação e que a investigação ainda tem muito a avançar. Segundo ele, o material apreendido deve auxiliar na identificação de outros envolvidos e no aprofundamento do caso.
— Há muito trabalho pela frente. Essa é apenas uma etapa. A coleta desse material probatório vai ser fundamental para identificarmos outras pessoas envolvidas e o grau de responsabilidade de cada uma delas — afirmou.