Um mês após crime que abalou São Pedro do Sul, Polícia Civil aguarda recuperação de professora para concluir inquérito

Um mês após crime que abalou São Pedro do Sul, Polícia Civil aguarda recuperação de professora para concluir inquérito

Foto: Jornal O Cidadão (Reprodução)

Um mês depois do crime que chocou a comunidade de São Pedro do Sul,a Polícia Civil segue trabalhando para finalizar o inquérito sobre o ataque ocorrido na noite de 13 de novembro, na Avenida Walter Jobim, próximo ao trevo de acesso ao município. Na ocasião, o policial militar André Fernando Brum Silveira, 39 anos, matou o jovem Diogo Henrique Goulart Streb, 18 anos, feriu gravemente a esposa, a professora Edila Marciele Carvalho Brum, 40, e em seguida tirou a própria vida com um disparo na cabeça.

O delegado Giovanni Lovato, titular da Delegacia de Polícia de São Pedro do Sul, explica que, apesar da gravidade do caso, o procedimento tem andamento técnico mais simples, uma vez que o autor morreu no local.

- Isso é um inquérito que, na verdade, não tem a urgência de um indiciamento ou de medidas de prisão. O autor foi morto no próprio dia, e trabalhamos para reunir, de forma completa, todas as provas - afirma.

Segundo o delegado, a motivação ficou evidenciada logo nas primeiras horas. Lovato relata que o jovem, mesmo ferido, conseguiu relatar aos policiais militares que mantinha um relacionamento com a professora, fato que teria provocado a reação do PM.

- O rapaz ainda chegou a ser socorrido com vida e comentou sobre o relacionamento. Essa informação inicial já esclareceu o contexto -  disse.

A Polícia Civil já ouviu outras testemunhas que chegaram ao local pouco depois dos disparos.

- Elas confirmaram todo o cenário que já conhecíamos, mas não ouviram qualquer diálogo ou discussão prévia. Chegaram e encontraram a cena após os disparos - completou.

O delegado destaca que circularam rumores e julgamentos sobre a conduta da vítima sobrevivente, mas reforça que isso não faz parte da investigação.

- Não é uma investigação sobre ela. O que existe é um crime cometido pelo marido. Qualquer burburinho é julgamento moral, e isso não configura crime - acrescenta.

Lovato afirma que a conclusão do inquérito depende da recuperação de Edila, que ainda não pôde prestar depoimento.

- Agora vamos aguardar o restabelecimento dela para colher o relato da vítima. Depois disso, avaliaremos se outras diligências serão necessárias. Do ponto de vista técnico, não é um caso de maior complexidade - conclui o delegado.

Perícias no local, exames nos corpos das vítimas e a apreensão da arma usada, uma pistola particular do PM, já foram realizados. A arma funcional do policial, que estava dentro do veículo, foi recolhida e devolvida à Brigada Militar.


Situação das vítimas

Diogo Henrique Goulart Streb foi atingido no peito. Chegou a ser socorrido e levado ao Pronto Atendimento Municipal de São Pedro do Sul, mas não resistiu aos ferimentos.

A professora Edila Marciele Carvalho Brum, baleada fora do veículo, foi transferida para o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo (CHAA), em Santa Maria, em estado grave. Até o dia 17 de novembro, a informação oficial era de que ela seguia na UTI, sedada, entubada e em ventilação mecânica. Desde então, a família pediu para não divulgar mais notificações sobre seu quadro clínico.

O autor dos tiros, o policial militar André Fernando Brum Silveira, morreu no local após atirar contra a própria cabeça.


Velórios e sepultamentos

Os atos fúnebres do PM ocorreram na tarde de 14 de novembro, na Capela da Funerária São Vicente, em São Vicente do Sul.

O jovem Diogo também foi velado em 14 de novembro. O sepultamento ocorreu às 18h do mesmo dia, no Cemitério Evangélico Luterano, na Rua Maurício Cardoso, região norte de São Pedro do Sul.


Impacto na comunidade e suspensão das aulas

O caso provocou forte comoção em São Pedro do Sul. Na manhã do dia 14, a prefeitura anunciou a suspensão das aulas em três escolas municipais e o cancelamento das rodadas dos jogos municipais. Tanto Diogo quanto Edila integravam a comunidade escolar, ele como aluno e ela como professora das redes municipal e estadual. A Escola Estadual Tito Ferrari, onde ambos tinham vínculo, amanheceu com cartazes de luto. As aulas foram retomadas no dia 17 de novembro, com ações de acolhimento organizadas pelas equipes diretivas.

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