aluguéis

Com índice de reajuste dos aluguéis em 8,24%, especialistas aconselham a negociação

Joyce Noronha


Foto: Renan Mattos (Diário)
Grande número de salas comerciais vazias na cidade é sinal das dificuldades das empresas em se manter. Para evitar mais quebras, muitos empresários tentam renegociar aluguéis

Após um período de aluguéis congelados, locadores e locatários de imóveis voltaram a conviver com uma alta expressiva do índice que reajusta os valores das locações. Com o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), calculado pela FGV, fechando em julho com acumulado de 8,24%, somado ao mercado imobiliário de Santa Maria, que está cheio de ofertas e com procura abaixo do esperado, a renegociação do reajuste pode ser uma boa opção para inquilinos e imobiliárias, segundo o presidente do Secovi Centro RS, Cristian Menezes.

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Para ele, os locadores que estiveram abertos ao diálogo terão mais chances de manter os locatários, o que é positivo dadas as circunstâncias do cenário.

- O IGP-M é um indicador, que apresenta como o valor do aluguel vai ser reajustado, mas que não impede a renegociação entre locador e locatário - afirma Menezes.

COMO É FEITO O CÁLCULO

Para aluguéis que usam o IGP-M e que, pelo contrato, têm reajuste em julho:

  • Multiplique o valor atual do aluguel por 8,24 (acumulado dos últimos 12 meses)
  • O resultado da multiplicação deve ser divido por 100
  • Depois de obter o resultado da divisão, some ao valor atual do aluguel
  • O produto da soma é o novo valor de aluguel a ser pago

No exemplo, usamos R$ 1 mil como o valor atual de aluguel:

O Secovi Centro RS é o sindicato que representa as imobiliárias, e o presidente da associação diz que 8,24% como acumulado dos últimos 12 meses é muito alto, mas um reflexo direto da inflação. Ele reforça que o mercado imobiliário depende diretamente do cenário econômico do país, pois muitos estabelecimentos estão em imóveis alugados.

A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marli Rigo, avalia que o dono do imóvel que loca o espaço é como um "sócio" da empresa, pois todos os meses recebe parte dos lucros. Ela diz que, neste momento de alta do IGP-M, espera que imobiliárias e locatários consigam fazer renegociações para manter o comércio da cidade em atividade. Marli acha triste ver empresas fechando porque não conseguem manter o aluguel, assim como se incomoda ao passar em frente a salas comerciais e vê placas de "aluga", algumas vezes penduradas há meses, ou até mesmo anos.

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OFERTA X PROCURA
O diretor de locação em condomínios da Imobiliária Taperinha, Cláudio Marconato, diz que o fechamento do acumulado em 8,24% afeta muito o mercado imobiliário e conta que as avaliações sobre os reajustes são feitas caso a caso.

- Às vezes, nós não fazemos reajuste de acordo com o índice, para que o locatário consiga continuar quitando o aluguel. É muito comum tentar a renegociação e nós ouvimos os inquilinos para buscar o melhor caminho para todos - conta Marconato.

Contudo, o gerente da Imobiliária Nova Era, Luiz Fernando Dias, diz o estabelecimento segue sempre o IGP-M para reajustes e avalia que há situações em que o aluguel, mesmo com o reajuste, fica abaixo do valor de mercado. Sobre a grande oferta de imóveis, Dias conta que ainda é influenciada pelo fim do vestibular da UFSM, que teve o último concurso em 2014.

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- Perdemos muito do público flutuante ali, no fim do vestibular da UFSM. Antes, os jovens vinham morar na cidade para se prepararem para o vestibular. Agora, eles se mudam só se conseguem uma vaga - afirma o gerente.

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