Infraestrutura, assistência estudantil e saúde mental: as prioridades da futura gestão de Martha Adaime e Tiago Marchesan na UFSM

Infraestrutura, assistência estudantil e saúde mental: as prioridades da futura gestão de Martha Adaime e Tiago Marchesan na UFSM

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Na lista de prioridades de Martha Adaime e Tiago Marchesan, escolhidos para comandar a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), estão infraestrutura, saúde mental e assistência estudantil. A dupla venceu a pesquisa de opinião realizada com a comunidade acadêmica na última quarta-feira, 25 de junho.

Agora, uma lista tríplice será elaborada pelo Conselho Universitário (Consu) e enviada ao Ministério da Educação (MEC). Cabe ao órgão federal fazer a nomeação.


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As prioridades

Nas andanças pela universidade, o contato estreito com os problemas. É neles que o início da gestão deve se concentrar. Conforme Martha e Tiago, a instituição tem um grande desafio em infraestrutura, o que inclui a condição dos prédios, iluminação e manutenção dos espaços. Soma-se a esse desafio, conforme o vice-reitor eleito, o corte de recursos ano após ano.

Outra prioridade são os processos administrativos da universidade, que precisam ser repensado:

– São processos que nós digitalizamos. A universidade, hoje, tem processos totalmente digitalizados, e é um grande avanço. Mas nós precisamos repensar a eficácia desse processo que sobrecarrega a nossa comunidade técnico administrativa e docente.

A saúde mental também será uma bandeira da gestão, especialmente no que se refere ao fortalecimento do apoio pedagógico nas unidades de ensino e na prevenção. Confira, abaixo, o que disseram Martha e Tiago sobre outros temas.


Assistência estudantil

A futura gestão pretende ampliar a assistência estudantil na universidade. Conforme eles, os valores investidos nesse setor permanecem iguais, mesmo diante de cortes do orçamento:

Embora não tenhamos tirado sequer um centavo da assistência estudantil ao longo desses 12 anos, mesmo com cortes e despesas reduzidas, nós precisamos dar uma estrutura melhor, uma gestão melhor, para a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis – avaliou Martha.


Manutenção da Casa do Estudante

A gestão afirmou o compromisso de melhorar a estrutura da Casa do Estudante. Conforme a atual vice-reitora, existe um mapeamento do que acontece em cada um dos apartamentos, com informações sobre as condições (se é apto para morar, passa por reformas ou está interditado).

Em relação à reivindicação dos estudantes, que circulou em vídeos publicados pela chapa adversária nas redes sociais, Martha pontuou que a manutenção das casas que abrigam estudantes no campus da universidade é dificultada por se tratar de prédios antigos. Segundo ela, adaptações e melhorias são difíceis de serem realizadas, em função da necessidade de realocar alguns moradores de seus blocos ou apartamentos.

Nós temos gargalos porque temos prédios antigos, tivemos chuvas acima da média no Rio Grande do Sul e internos úmidos. Não estamos querendo justificar, mas estamos dizendo que temos que olhar para todo esse cenário – completou Tiago.


Queda do elevador e acidente com ônibus

Sobre os casos de acidentes envolvendo a universidade, como a queda de um elevador no campus sede, em 2024, e o acidente com um ônibus da instituição em abril deste ano, Martha afirma que a UFSM deve rever processos de fiscalização e manutenção.

– O caso do elevador é difícil de dizer que faltou fiscalização. Não tem fiscal que faça isso, ou a empresa te entrega o elevador instalado e garante o serviço, ou não. Não vejo um problema de fiscalização por parte da instituição neste caso. Já no acidente do ônibus, eu concordo que há procedimentos internos que precisam ser revistos. Mas não acredito que seja tudo, uma vez que também são serviços terceirizados, em que a empresa tem responsabilidade com aquele serviço – afirmou Martha.


Ponto eletrônico

A gestão pretende refinar os processos digitais na universidade que foram intensificados na pandemia de Covid-19. Uma das mudanças será trabalhar com medição de tarefas e não mais ponto eletrônico.

– É o momento próprio para isso. Vamos refinar essa questão dos processos e isso, certamente, traz qualidade de vida aos nossos servidores. Esse é um dos carros-chefes da nossa gestão – afirma Martha.


Iluminação no campus

A gestão pretende priorizar, de imediato, a iluminação no campus. A ação, conforme eles, visa ampliar a segurança, especialmente dos alunos que estudam à noite.

O investimento, de acordo com Martha, deve começar no Hospital Veterinário e seguir para o Colégio Politécnico, Centro de Ciências Sociais e Humanas, Centro de Artes e Letras, Centro de Educação indo até o CTISM – locais com o maior número de cursos noturnos.

Foto: Tales Trindade (Diário)


Transporte público

Conforme Martha, a ampliação de horários no transporte coletivo é uma demanda antiga e que só deve ser solucionada a partir de uma licitação por parte da prefeitura de Santa Maria.

– Nós temos a visão, aqui no Brasil, que precisamos ter demanda para levar logística. Mas precisamos inverter: se tivermos logística, a gente gera demanda. Eu sei que existe um cálculo econômico das empresas de ônibus. Agora, de alguma forma, o município reconhecendo a importância do estudo noturno dos nossos alunos, terá de investir recursos para que a gente garanta esse transporte e que o final da aula não fique condicionado ao horário do ônibus. Não só o transporte que sai da universidade, mas também as conexões necessárias – concluiu Tiago.

A ideia da gestão é fazer um estudo do aluno que estuda a noite com dados sobre endereço e informações geográficas, para levar às empresas de ônibus e à prefeitura municipal.


Husm como hospital escola

Atualmente, quem administra o Hospital Universitário (Husm) é a Ebserh. Nesse sentido, a atual gestão pretende fortalecer os conselhos internos e ter uma participação mais ativa da UFSM.

– Precisamos discutir melhor as questões contratuais que temos com a Ebserh, sempre por meio da superintendência do Husm. Nossa ideia é encontrar os caminhos necessários para que os estágios, programas de extensão e pesquisa universitária aconteçam no hospital – explicou Tiago.


Terceirização da gráfica da UFSM

Durante a campanha, Martha falou sobre a terceirização da gráfica da universidade – o que gerou descontentamento por parte de alguns servidores. Em entrevista ao Diário, ela esclareceu a questão:

– O que vem mantendo a gráfica aberta nos últimos tempos é a terceirização. Então, quando a gente diz que está indo para um caminho de terceirização é isso. Os servidores que têm a função do quadro institucional para atuar na gráfica já estão em vias de aposentadoria e quando se aposentarem, não haverá reposição do quadro. E os que ficarão são assistentes em administração que são a função para operar na gráfica.


O que esperar da Martha como reitora

"A Martha como vice sempre foi uma pessoa envolvida e que nunca aceitou o cargo de ser somente uma substituta. Eu pretendo estar fortemente junto às equipes, de forma a poder levar a cabo tudo aquilo que colocamos no nosso projeto de gestão"


O que esperar do Tiago como vice-reitor

"Eu prometo a essa comunidade muito trabalho. Muita escuta às pessoas também e serei proativo na consolidação de projetos que essa universidade precisa. Estarei muito focado no planejamento estratégico institucional porque é uma das minhas marcas"

Foto: Tales Trindade (Diário)


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