Foto: Vinicius Becker
Depois de seis anos de pausa, a Balada Inclusiva voltou a iluminar Santa Maria na tarde desta quinta-feira (16), transformando o espaço Moon Nightlife em um grande palco de alegria, emoção e celebração da diversidade.

+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
O evento, promovido pela Apae Santa Maria com apoio de parceiros, reuniu cerca de 800 pessoas vindas de diferentes cidades da região e mostrou, mais uma vez, a força da inclusão por meio da música e da convivência. De acordo com Renan Beltrão, um dos organizadores, havia uma necessidade muito grande de voltar com o evento, que já não acontecia desde antes da pandemia da covid-19.
- Alguns meses atrás, começamos a estruturar de novo, a organizar o evento. Com isso, retomamos de uma forma um pouquinho mais simples, mas para que, agora, a gente embale. Só em estar retomando é uma felicidade enorme, porque eles fazem amizades também, pois, vem diversas instituições de fora. É muito lindo - diz.

Desde o início da tarde, o ambiente foi tomado por sorrisos, abraços e danças. A cada batida da banda Samba Movie e dos DJs Smith e Wink, o público respondia com entusiasmo. Para muitos, era a primeira vez em uma festa pensada especialmente para garantir acessibilidade, segurança e acolhimento.
- 3ª Maratona de Santa Maria reunirá atletas de 144 cidades, 15 Estados e cinco países neste domingo
- Secretaria da Saúde investiga mais um suposto caso de meningite em escola de Santa Maria
A estrutura do evento foi adaptada para receber pessoas com diferentes tipos de deficiência. Havia rampas de acesso, equipe de apoio, cuidadores, intérpretes e monitores espalhados por todo o espaço, garantindo conforto e liberdade de movimento. Tudo isso permitiu que os participantes pudessem aproveitar a tarde com autonomia, no seu tempo e do seu jeito.
- Nós deixamos a capacidade um pouco abaixo do que pode justamente para acomodar todo mundo muito bem. E com isso, eles podem ter a melhor experiência possível. Colocamos a festa para o turno da tarde para que as instituições de outras cidades pudessem vir também - explicou.
Famílias inteiras e associações acompanharam o evento, emocionadas ao ver o brilho nos olhos de quem, por vezes, enfrenta barreiras para participar de atividades culturais. Leonara Machado Martins, que há cinco meses atua na associação Colibri, comentou sobre as expectativas do pessoal para participar da festa.
- Há semanas eles aguardavam por este momento. Desde o período que foi anunciado, eles falam e perguntam: "Está chegando o dia? E daí, quando que vai ser? É hoje?" Temos que situar eles na data todos os dias. Acho que muitos nem dormiram de ansiedade por estar aqui - comentou.

A AssociaçãoColibri atende um público dos quatro aos 84 anos de idade. No evento, entre pais, professores e cuidadores, estavam presentes mais de 30 pessoas.
Durante os embalos de sucessos nacionais e internacionais dos diversos estilos de música tocados, o público respondeu à altura. Houve quem dançasse o tempo todo, quem se emocionasse com a energia do palco e quem simplesmente observasse o movimento com um sorriso leve, sentindo-se parte de um ambiente em que todos são bem-vindos.
A festa também marcou o reencontro de amigos de diferentes instituições, que compartilharam experiências e fortaleceram vínculos criados em outras edições. A trilha sonora, variando entre pagode, pop e música eletrônica, reforçou o clima de celebração coletiva.
- Uma das alunas estava dançando, feliz, dizendo que foi a primeira vez na vida dela em uma festa. Aos 47 anos, é a primeira vez participando do evento. É muito bacana ver essa interação do pessoal - finalizou, a professora.
A Balada Inclusiva encerrou o dia com aplausos e promessas de novos encontros. Para quem esteve presente, a tarde ficará marcada não apenas pela diversão, mas pela sensação de igualdade e pela lembrança de que a alegria é um direito de todos.
