Foto: Alexandre de Grandi (Diário)
Ato foi realizado na Praça Saldanha Marinho.
Em alusão ao Dia do Trabalhador, centrais sindicais realizaram um ato na manhã desta quinta-feira (1°), em Santa Maria. Entre as pautas da manifestação destacam-se a crítica à escala de trabalho 6x1 e a oposição à proposta de reforma da Previdência dos servidores municipais, que está e discussão no governo Rodrigo Decimo (PSDB). Com um carro de som posicionado na Praça Saldanha Marinho, lideranças sindicais se revezaram ao microfone para reforçar as reivindicações e mobilizar a categoria.
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Além dos professores, o ato teve a presença de diferentes categorias, incluindo servidores de outras áreas do serviço público, representantes de partidos de esquerda e trabalhadores da rede privada e informais.
Para Celma Pietczak, do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), a união entre as categorias é muito importante neste momento.
— O primeiro de maio é um feriado diferente de tantos outros porque ele é um feriado dos trabalhadores, dia em que gente celebra as conquistas que já tivemos ao longo da história. E hoje, estamos aqui resistindo para não perder aquilo que já foi conquistado, em um ato unificado com outras categorias do serviço público, porque a precarização atinge a todos, e a classe trabalhadora precisa estar unida contra isso — afirma a professora.
Celma relembra que a categoria aprovou o estado de greve na última semana, motivada pela ausência de reposição do piso salarial. Ela explica que há um índice nacional definido desde janeiro, mas que ainda não foi aplicado. A prefeitura, segundo ela, só está disposta a discutir esse reajuste mediante à aprovação de uma reforma da Previdência.
E sobre Previdência, ela reforça que o principal objetivo do sindicato é evitar a perda de direitos. Para ela, é fundamental que o período de aposentadoria traga segurança ao trabalhador:
— Depois de 30 anos de trabalho, esse é justamente o momento em que a gente precisa garantir a segurança desse trabalhador, que já dedicou a sua vida para o serviço público. No caso dos professores municipais, que já educaram tantos, e que precisam ter a sua segurança no momento da aposentadoria – acrescenta a coordenadora do Sinprosm.
Segundo núcleo do Cpers/Sindicato se engaja ao ato
O segundo núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) também esteve presente na manifestação.Representante da entidade, Maíra Lara Couto afirma que a rede estadual tem pautas históricas como a melhoria da infraestrutura das escolas, o respeito ao salário e à lei do piso, além da aprovação do piso salarial para os funcionários das escolas. Ao
Diário, ela destacou a solidariedade à rede municipal, que hoje enfrenta o mesmo tipo de ataque que, segundo ela, a rede estadual sofreu anos atrás com a reforma da Previdência. A professora também defendeu melhores condições de trabalho para os mestres.
— Nós já temos pouco tempo para preparar as aulas e os materiais pedagógicos. E a gente vem sendo cobrado a cada dia mais sobre tarefas burocráticas que não seriam trabalho do professor: preencher planilhas, responder questionários... Coisas que ocupam o tempo que a gente poderia estar se preparando melhor para o nosso trabalho, e isso interfere diretamente na qualidade da educação dos alunos, que ficam secundarizados por essas demandas que são colocadas para nós — enfatiza Maíra.
DCE pede atenção para jornadas exaustivas de estudantes
Além dos trabalhadores da educação, a manifestação também contou com a participação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Camille Telles e Gabriel Assis, da coordenação geral do DCE, ressaltaram que muitos alunos enfrentam jornadas exaustivas de trabalho e estudo:
— É importante discutirmos temas como a escala 6×1 e a precarização do trabalho. Muitos estudantes são também trabalhadores e pesquisadores, e precisam ter seus direitos respeitados — afirmou Camille.
A exemplo do restante do país, o ato do 1º de Maio em Santa Maria reuniu categorias do serviço público, movimentos estudantis, representantes de partidos de esquerda e sindicatos.
(Colaborou Mateus Ferreira)