Foto: Prefeitura de Santa Maria
Imagem de arquivo da prefeitura. Momento em que algumas casas já desocupadas foram derrubadas.
A desocupação da Rua Canário, no Morro Cechella, no Bairro Itararé, chegou a 95%. Mesmo assim, oito famílias ainda permanecem no trecho mais crítico da via, local onde já houve mortes por deslizamento e que há dificuldade de acesso, caso haja nova movimentação de terra. A discussão é retomada no município frequentemente, principalmente quando chove, como foi o caso desta segunda e terça-feira (8 e 9).
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O número atual foi confirmado pelo secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Santa Maria, Wagner Bittencourt, em entrevista à CDN (93.5). Ele reforça que o risco aumenta a cada chuva registrada no município.
— Está chovendo neste exato momento (terça, por volta das 10h). Se o morro vier a descer, não há como chegar ao final da Rua Canário. Não há rota segura para o resgate — alertou.
142 famílias já foram removidas
Das 150 famílias da região da Rua Canário, oito ainda estão no local. O secretário reforça que investir milhões para tentar conter a encosta não resolveria o problema, já que a geografia continuará impondo ameaça.
— Essas oito famílias não aderiram ao chamado do município e também não cumpriram a determinação judicial. Elas estão lá contra a nossa vontade. Enquanto houver morro, haverá risco à vida. O único caminho responsável é remover quem está em área imprópria para moradia — afirmou Bittencourt.
A prefeitura destaca que, ao todo, incluindo Vila Nossa Senhora Aparecida (sudeste do Morro do Cechella, Bairro Itararé); Vila Bürguer (sul do Morro do Cechella, Bairro Itararé); e Vila Bela Vista (oeste do Morro do Cechella, Bairro Itararé), 259 famílias já saíram famílias ou estão próximas a se mudar.
Monitoramento da área
A prefeitura afirma fazer fiscalizações constantes, com voos de drone e vistorias, para impedir que as áreas desocupadas sejam reocupadas.
Atualmente, a maioria das famílias já reside em seus novos lares, seja por meio do Aluguel Social ou já em imóveis definitivos adquiridos pelo Município. Uma parcela menor dos moradores aguarda apenas os trâmites finais para a conclusão do processo de Compra Assistida, em que um imóvel escolhido pela família, de até R$ 200 mil, é adquirido pelo Município (recursos próprios, Lei da Permuta, alocação em loteamentos do Município); pela União (Minha Casa Minha Vida Reconstrução) ou por ações solidárias (doações da campanha Fé no Rio Grande, da Construtora Jobim; e Construtora BK).
Além da remoção, o governo municipal aposta em novos empreendimentos habitacionais. Nesta semana, foi assinado o contrato para o Residencial Bom Viver, que terá 176 unidades. Localizado na Perimetral Dom Ivo Lorscheiter (próximo à Brenner), Bairro Divina Providência, o complexo contará, ao todo, com 336 unidades habitacionais. A execução será dividida entre duas empresas: ALM Engenharia e Construções Ltda, responsável pelos 176 apartamentos do Residencial Bom Viver (contrato assinado nesta segunda); e MGM Engenharia, responsável por outros 160 apartamentos do futuro Residencial Dom Ivo Lorscheiter (projeto em tramitação final na Caixa para liberação em breve). A previsão de conclusão e entrega do primeiro empreendimento habitacional, o Residencial Bom Viver, é de 18 meses.
Outro contrato, de mais 160 moradias, deve ser formalizado em breve indica o secretário.
COMPRA ASSISTIDA E DOAÇÕES | CALAMIDADE 2024
Dados de junho de 2024 até 03/12/2025. Fonte: SEHAB/PMSM
• 259 famílias em habitação definitiva
• Mais de 1 mil pessoas beneficiadas
• 151 imóveis via Minha Casa Minha Vida Reconstrução
• 90 imóveis adquiridos pelo Município com investimento de mais de R$ 17,2 milhões de recursos próprios
• 10 imóveis via Lei da Permuta
• 5 imóveis via campanha Fé no Rio Grande
• 2 imóveis em loteamentos do Município
• 1 imóvel via Construtora BK
*Consta informações da prefeitura de Santa Maria