Caso Daniela

Em cartas, suspeito de ter matado Daniela afirma ter sido vítima de farsa

Naiôn Curcino

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Rogério de Oliveira é acusado pelo Ministério Público de Agudo de estupro, ocultação de cadáver e homicídio qualificado da jovem Daniela Ferreira, 19 anos, em 2012. O julgamento esta próximo, será dia 29 de junho, no Fórum da pequena cidade da Quarta Colônia.

Nesta reportagem, você confere detalhes de algumas das mais de 100 páginas escritas na prisão pelo réu Rogério de Oliveira. No material, que veio à tona publicamente pela primeira vez, entregue ao "Diário" pelo advogado do acusado, Sérgio dos Santos Lima, Oliveira, que tem 45 anos de idade e 29 anos de condenação por outros quatro crimes, defende-se no caso Daniela e diz que foi vítima de uma armação por parte do delegado Eduardo Machado, titular da delegacia de polícia de Agudo, responsável pelo seu indiciamento, e de Eloir Antônio Friedrich, administrador do Presídio Regional de Agudo, onde o réu cumpria pena no regime semiaberto à época do crime. Machado e Friedrich negam as acusações.

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Quem lê as cartas pode até se questionar como um detento que entrou para o mundo do crime logo após servir ao Exército e que, quando tinha 20 anos, recebeu sua primeira condenação (mais de 14 anos por roubo, sequestro e estupro) poderia ter tantos argumentos escritos com um linguajar um tanto rebuscado, utilizando, com certa frequência, alguns termos jurídicos e até citando o filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau? Em um parecer dado por uma psicóloga em 2009, quando Oliveira requisitou progressão de regime, a avaliadora ressaltou a inteligência do apenado, que terminou o Ensino Médio no sistema prisional: "O discurso proferido pelo apenado fora notadamente meticuloso, valendo-se de linguajar rebuscado... Colocando em elevo sua capacidade de persuasão."

Nas cartas, que foram anexadas ao processo, Oliveira afirma que o delegado Machado foi quem "planejou a farsa" e que Eloir "recrutou" dois apenados, que eram colegas do réu na Cela 8, para forjarem depoimentos e fatos que o incriminassem.

O réu diz que "aproveitaram-se dos seus péssimos antecedentes criminais para dar uma resposta ao crime". E ainda sustenta: "Eduardo Machado é o planejador quase total da farsa. Trata-se do encenador-mentor da falsificação do IP destinado  convencer o MP e o PJ."



Contestações


Oliveira faz contraposições aos argumentos usados para acusá-lo e tenta explicar alguns fatos, principalmente a questão em que ele teria dito aos dois colegas de cela sobre como teria cometido o crime. O réu dá ênfase para o depoimento de um dos colegas, de que ele teria dito que escondera o corpo de Daniela em um poço. À época uma força-tarefa foi feita, e uma varredura foi realizada em diversos poços existentes na cidade, mas nenhum pista foi encontrada. Oliveira questiona por que, se tivesse cometido um "crime perfeito", contaria tudo.

Porém, outras provas contra Oliveira, como o DNA de Daniela encontrado pela perícia nas roupas que o réu usava no dia do desaparecimento da jovem e o seu paradeiro dois dias depois, quando chegou na empresa em que trabalhava às 6h15min, saindo às 6h30min e retornando apenas às 8h30min, não são explicados pelo réu. A seguir, o que "

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