Festa da Medianeira retoma tradição e prepara público para novas celebrações em 2025

Em 2025, os fiéis e devotos de Nossa Senhora Medianeira terão três oportunidades no calendário para homenageá-la. A primeira delas foi a novena e a Festa da Medianeira. A programação termina neste sábado (31) após 10 dias de atividades ligadas à fé, oração e música no Parque da Medianeira.

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O título de Rainha do Povo Gaúcho concedido pelo papa Francisco à Medianeira de Todas as Graças, em maio de 2024, também deve ser celebrado este ano. Uma programação especial para o dia 15 de agosto, data em que ocorreu a coroação e que agora é feriado municipal, já está sendo preparada pela Arquidiocese de Santa Maria.

Já em novembro, ocorre a 82ª Romaria Estadual da Medianeira, que reúne milhares de pessoas no Coração do Rio Grande do Sul. Em entrevista anterior ao Diário, o arcebispo de Santa Maria, dom Leomar Brustolin, afirmou que as três datas são “oportunidades para aumentar a espiritualidade e trazer jovens, crianças e idosos para o Parque da Medianeira”.

O posicionamento também foi reforçado pelo vigário-geral da Arquidiocese de Santa Maria e reitor da Basílica da Medianeira, padre Cristiano Quatrin:

– Quando pensamos nesse calendário foi para destacar a importância da Medianeira não só para Santa Maria, mas também para o Rio Grande do Sul, e como Rainha do Povo Gaúcho, poder celebrar e peregrinar. O Santuário é um lugar de peregrinação e por isso, não pode ser visitado só em novembro. Precisamos ter mais momentos.

Festa litúrgica

Com o tema “Sob o Manto da Medianeira, Nossa Esperança”, a Festa da Medianeira começou na última quinta-feira. O movimento intenso dentro da Basílica foi acompanhado pelo coordenador do Ministério dos Guardiões, Elson Santos, 68 anos (na foto abaixo). Desde 1998, ele atua na função, mantendo o santuário aberto e acolhendo os fiéis. Para Elson, ver tantas pessoas indo ao encontro da Mãe Medianeira é maravilhoso e gratificante.

– Foi uma grande ideia do dom Leomar fazer essa novena, porque Nossa Senhora merece muitas honras. Tínhamos o costume de celebrar em 31 de maio, que é o fim do mês de Maria e das mães. Mas a ideia de fazer a novena caiu muito bem. Nós do Santuário gostamos muito e está sendo muito bem aceita (a ideia) pela população – comenta ele.

A programação deste ano também abriu espaço para a curiosidade sobre a origem da data. Ao Diário, Quatrin falou sobre o dia 31 de maio:

– O dia litúrgico da Medianeira, segundo o calendário que Roma nos passa, é 31 de maio. Isso foi estipulado por volta de 1921, na Bélgica, onde surgiu a devoção. Foi pedido ao papa para autorizar uma missa especial da Medianeira e ele vendo o entusiasmo do cardeal da época, autorizou. A partir disso, toda a diocese que desejasse celebrar a data, deveria fazer um pedido a Roma. Em 1928, (padre) Ignácio Valle veio para o seminário, em Santa Maria, e começou a devoção à Medianeira no local, pedindo e recebendo autorização para celebrar o dia litúrgico. Ele começou a fazer a novena em maio e com a difusão da devoção, ela foi se fortalecendo.

Dois anos depois, em 1930, ocorreu a primeira Festa da Medianeira, em Santa Maria. O evento realizado no Seminário São José foi marcado pelas apresentações do quadro “Imagem Milagrosa”, pintado por Ida Stefani, e do hino oficial, com letra de dom Aquino Corrêa e música de padre Jorge Zanchi, cantado milhares de fiéis até hoje.

Retomada

Após a revolução de 1930 em que um pedido de proteção à Santa Maria foi atendido, novas celebrações à Mãe Medianeira passaram a ser realizadas. Em setembro daquele ano, foi a primeira Romaria Diocesana, que reuniu cerca de mil pessoas. Treze anos depois, em 12 de dezembro de 1943, a primeira Romaria Estadual, que elevaria ainda mais o legado de Nossa Senhora.

Conforme o reitor da Basílica, nesse processo, as novenas teriam sido deixadas de lado, sendo celebrado apenas o dia 31 de maio. Em 2024, a tradição iniciada com muita fé por Valle foi retomada.

 – No ano passado, retomamos essa novena preparando o dia litúrgico da Medianeira. Em 31 de maio de 2024, ela foi decretada como Rainha do Povo Gaúcho pelo papa Francisco e dom Leomar disse que, a partir daquele momento, teríamos a novena perpétua da Medianeira. A sugestão é que sempre ocorra essa novena de 22 a 30 de maio, para que no dia 31, celebremos a Festa Litúrgica – conta Quatrin.

Neste sábado (31), a Festa da Medianeira será encerrada com uma missa celebrada pelo arcebispo de Santa Maria, dom Leomar Brustolin às 18h. Para Quatrin, seja qual for o nível da festividade, é necessário focar no que é essencial.
– O centro da festa de um padroeiro são os momentos litúrgicos. Por isso, sempre que se celebra um, propõe-se um tema de oração e meditação para que possamos refletir sobre onde estamos, para onde queremos caminhar e no nosso caso, o que a Medianeira nos ensina – reforça.

Programação

A programação da Festa da Medianeira deste ano contou com a participação de paróquias locais durante a novena de 22 a 30 de maio, noites culturais e mais uma edição da Feira do Doce. Conforme o vigário-geral da Arquidiocese de Santa Maria e reitor da Basílica da Medianeira, padre Cristiano Quatrin, o planejamento começou ainda no ano passado e o fato de 2025 ser um ano jubilar tornou ainda mais especial a preparação de cada atividade:

 – ‘Sob o Manto da Medianeira, Nossa Esperança’ foi o tema que norteou todo esse caminho. Motivamos as paróquias da cidade a virem ao Santuário, porque, em novembro, a Medianeira vai às paróquias. Esse tem sido um momento muito especial, porque os padres vêm, trazem seu povo e celebram. Para confraternizar, junto com essa novena, criamos a quermesse da Medianeira e puxamos a Festa do Doce, que sempre foi no Corpus Christi. Então, tivemos momentos espirituais, de encontro e partilha esse ano, sempre com uma atração cultural. Isso para dizer que precisamos estar juntos e viver verdadeiramente em comunidade.

O formato adotado pela Arquidiocese de Santa Maria para a celebração de maio e que reuniu centenas de pessoas deve ser repetido em 2026.

 – Podemos dizer que veio para ficar. Acreditamos que (a programação) foi muito bem aceita pela comunidade e queremos propor isso como um caminho natural. Todo o ano, teremos esse momento de celebração e confraternização. Esse ano, investimos na organização, nos espaços e na tentativa de acolher. Tivemos certa dificuldade na questão climática nos últimos dias, mas tudo foi preparado com muito carinho. Os grupos que se apresentaram vieram voluntariamente. Sempre são pessoas que estão na caminhada conosco e se doam incansavelmente pela fé, devoção e Nossa Senhora. Ela é a razão de tudo que acontece nesse santuário – reforça Quatrin.