Produção de noz-pecã cresce no distrito de Santa Flora e consolida Santa Maria no mapa da cultura no RS

Produção de noz-pecã cresce no distrito de Santa Flora e consolida Santa Maria no mapa da cultura no RS

Foto: Ariéli Ziegler/PMSM

A produção de noz-pecã tem ganhado destaque no distrito de Santa Flora, em Santa Maria. A Fazenda Santa Leocádia, localizada na região, é atualmente a maior produtora do município, com cerca de 120 hectares plantados, o que corresponde a aproximadamente 20 mil árvores. Os primeiros plantios começaram em 2011, e desde então o cultivo vem se expandindo, acompanhando o crescimento da cultura no Rio Grande do Sul.

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O estado é responsável por mais de 80% da produção nacional, reunindo mais de 1,5 mil produtores e consolidando o Brasil como o quarto maior produtor mundial da fruta. Segundo o Diagnóstico da Pecanicultura no Rio Grande do Sul (IBPecan/Seapi/Emater/Embrapa, 2024), são 6.420 hectares cultivados e uma produção estimada de 3.852 toneladas em 2025. A região central do Estado, onde está Santa Maria, representa quase metade dessa produção, com 2.001 hectares cultivados e 1.570 toneladas previstas.

Entre os municípios com maior destaque estão Cachoeira do Sul, Anta Gorda e Santana do Livramento. Santa Maria figura logo em seguida, com cerca de 243 hectares, reforçando a importância crescente da cultura na economia regional.


Do solo ao fruto: o cultivo da noz-pecã

Foto: Ariéli Ziegler/PMSM

O engenheiro agrônomo, professor do Colégio Politécnico da UFSM e referência na área com mais de 400 treinamentos realizados sobre a cultura da noz-pecã, Diniz Fronza, 58 anos, explica que o sucesso do cultivo depende de uma série de cuidados, desde o preparo do solo até a secagem do fruto.

– O solo precisa ser profundo, bem drenado e corrigido com calcário e gesso agrícola. É fundamental garantir nutrientes como fósforo, potássio e nitrogênio, além de acesso à água para irrigação – detalha Fronza.

O plantio ocorre entre junho e agosto, preferencialmente com duas ou mais variedades, o que favorece a polinização e melhora a produtividade. A poda, segundo o agrônomo, é essencial nos primeiros anos para garantir o formato ideal da planta e estimular o crescimento equilibrado dos ramos.

Durante o ciclo, que vai de setembro a março, são feitas aplicações de nutrientes, controle de pragas e roçadas para evitar plantas invasoras. A colheita tem início no fim de março e segue até abril, dependendo da região.

Além de ser um alimento altamente nutritivo, rico em zinco e antioxidantes, a noz-pecã também possui valor medicinal, ajudando a equilibrar o colesterol e a proteger o coração. O consumo recomendado é de cerca de seis nozes por dia.


A visão do produtor: aprendizado e expansão

Foto: Eduardo Ramos (arquivo Diário)

Para o produtor Eduardo Klumb (foto acima), proprietário da Fazenda Santa Leocádia, a adaptação da noz-pecã ao clima e ao solo gaúcho é um dos fatores que explicam o sucesso da cultura no Estado.

– A pecã se adaptou muito bem ao Rio Grande do Sul. Temos condições de solo e clima semelhantes às do estado da Geórgia, nos Estados Unidos, um dos berços da produção mundial – afirma.

Klumb iniciou os plantios em 2011 e adotou uma estratégia gradual, expandindo a área a cada safra. Hoje, são 110 hectares produtivos, com árvores entre 10 e 15 anos de idade. O produtor destaca a importância de começar aos poucos, para aprender com os erros e ajustar técnicas de manejo.

– Nos primeiros 20 hectares, percebemos que a poda precoce deixava as plantas frágeis. Aprendemos a deixar crescer naturalmente antes de podar, o que resultou em árvores mais produtivas. É um processo de aprendizado constante – conta.

A propriedade já chegou a produzir 100 toneladas em uma única safra, com parte da colheita destinada à exportação. Os principais compradores estão em países como Alemanha, Líbano, Tailândia e Hong Kong.

Segundo Klumb, o foco atual é manter a produção de alta qualidade, com infraestrutura adequada de colheita, secagem e armazenamento em câmara fria, voltada ao mercado externo.


Emater destaca potencial da cultura

Foto: Eduardo Ramos (arquivo Diário)

A Emater/RS-Ascar acompanha toda a cadeia produtiva da noz-pecã no Estado, desde o planejamento até o beneficiamento. O gerente regional da Emater, Guilherme Passamani, reforça que a cultura tem se mostrado uma excelente alternativa para diversificação da renda no campo.

– A cultura da nogueira pecã tem trazido bons resultados, mas exige conhecimento técnico e manejos adequados para que obtenha boas produtividades e resultados promissores, para tanto a Emater atua junto às famílias desde o planejamento até a colheita. – explica Passamani.

Ele destaca ainda que a cultura se mostra rentável e sustentável, unindo agricultura familiar, médios e grandes produtores, gerando valor agregado por meio das agroindústrias que beneficiam e embalam o produto.


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