Santa Maria teve menos roubos e mais homicídios no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O Diário obteve, junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado, o comparativo dos indicadores criminais do município entre os primeiros seis meses de 2016 e de 2017. Os dados foram coletados pelo Observatório de Segurança no período de 1º de janeiro a 30 de junho dos dois anos.
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É importante lembrar que a estatística tem como base os registros de ocorrências policiais. Por isso, em alguns crimes que tiveram redução, como furtos, abigeato ou estelionato, os dados acabam não refletindo a realidade porque muitas pessoas não fazem o registro.
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De forma geral, dos 17 tipos de delitos contabilizados, Santa Maria teve redução nos índices de 11, manteve três e aumentou três. O problema é que os que aumentaram são crimes considerados de maior gravidade: homicídio doloso (13,6%) – quando a pessoa tem intenção de matar –, roubo a profissionais que atuam em transporte coletivo (66,7%) – como ônibus e táxis –, e lesão corporal contra mulheres (6,7%). Entre os que se mantiveram iguais, está o latrocínio (três em cada semestre).

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Os indicadores também trazem dados de produtividade. Eles se referem a apreensões feitas em relação a três delitos. Nesse aspecto, os registros de apreensão de armas e munições caíram 21,8% no comparativo entre os períodos. Já os registros de apreensões por posse e por tráfico de entorpecentes aumentaram 43% e 5,3%, respectivamente.
O secretário de Segurança Pública do Estado, o santa-mariense Cezar Schirmer, comemorou, comedidamente, os indicadores:
– Tivemos uma redução substancial nos indicadores de insegurança no Rio Grande do Sul. E isso vale para Santa Maria também. O problema é o homicídio, que aumentou. Mas isso se deve, fundamentalmente, ao tráfico de drogas, à disputa por território. Em Santa Maria, há uma disputa entre facções,que matam entre eles e acabam matando, também, outras pessoas. Onde chega o consumo, chega o tráfico, e onde há tráfico, há disputa territorial pela comercialização da droga. Aí está o problema. Temos um crescimento exponencial do consumo de drogas no país. O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo. Sem falar de outras drogas.