Investigação

Suspeita de matar filha de 3 anos diz que era o padrasto quem batia na criança

Lizie Antonello

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) deve remeter à Justiça, nesta quinta-feira, o inquérito sobre o caso da menina de 3 anos que foi levada morta pela mãe e pelo padrasto ao Pronto-Atendimento do Bairro Patronato no dia 11 deste mês. Ambos estão presos preventivamente por homicídio doloso (quando há intenção de matar) desde a madrugada do fato.

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

A delegada Luiza Santos Souza trabalha na conclusão do inquérito, mas não descarta seguir ouvindo testemunhas após o envio do documento ao Judiciário. É que o prazo de 10 dias para a conclusão do inquérito, quando há suspeitos presos, encerra-se nesta quinta.

Menina de 3 anos que morreu por politraumatismo é sepultada 

Para a delegada, não há dúvidas sobre a autoria do crime. O laudo de necropsia entregue à Polícia Civil no dia seguinte à morte indicou que a criança morreu devido às múltiplas agressões sofridas. O resultado corroborou com o que havia apurado a investigação, com base em depoimentos de vizinhos, de que a mãe, de 21 anos, e o padrasto, de 20 anos, teriam batido na menina.

A delegada ouviu a mãe das crianças na segunda-feira. Pela primeira vez, ela falou sobre o que ocorreu naquela madrugada. Isso porque, ao ser presa, ela disse que só falaria em juízo.

– Em síntese, ela falou que era ele quem batia nas crianças. Que ela tentou, por algumas vezes, afastar os filhos para ele parar de bater, mas que ele a empurrava, e ela desistia – contou Luiza. 

Mãe e padrasto da menina de 3 anos são indiciados por homicídio

Conforme a delegada, a versão dada pela mãe não afasta a responsabilidade dela no crime:

– Quem tem obrigação de guarda responde pelo mesmo crime em razão de omissão. E tem vários relatos de parentes e vizinhos de que ela também batia nas crianças.

A mãe também falou sobre a circunstância da morte da filha.

– Ela não soube explicar com o que ele cometeu aquele grau de agressões na menina. Disse que tentou intervir, que ele a empurrou, e ela foi dormir. E que o motivo das agressões, naquela noite, foi porque a criança não quis jantar. Ela falou que acordou de madrugada com um choro e, quando foi olhar, a menina "estava espumando pela boca e com os olhos revirados" _ relatou a delegada.

Sobre o quadro descrito pela mãe, Luiza diz que a menina pode ter convulsionado em função dos ferimentos – os mais graves foram um sangramento interno na cabeça e a quebradura da caixa torácica por objeto contundente, segundo a necropsia.

Conforme a delegada, a mulher disse que não estava sob efeito de drogas porque não é usuária. A polícia também ouviu o pai biológico da menina e o avô paterno.

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