Uma casa foi totalmente destruída por um incêndio na manhã de quarta-feira em Santa Maria. O caso aconteceu por volta das 9h30min, na Rua Castro Alves, próximo à ponte do Arroio Cadena, no bairro Perpétuo Socorro.
No momento em que as chamas começaram, Liziane Pereira Silveira, de 32 anos, dormia com os seis filhos. Ela e um das crianças, de dois anos, inalaram fumaça e receberam os primeiros socorros no posto de saúde do bairro. Em seguida, foram encaminhadas para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). A mulher ainda teve queimaduras de terceiro grau no braço esquerdo. Elas receberam atendimento e passam bem.
Liziane contou que notou um calor fora do normal na casa e então levantou. Assim que saiu do quarto, viu que o outro quarto estava pegando fogo. Ela correu para a sala, onde cinco dos seis filhos estavam dormindo, já que ficaram no local para olhar televisão. Ela tirou todos para fora da casa, quando ouviu o choro da mais nova, de dois anos. Então, ela voltou para dentro e ainda conseguiu resgatá-la.
A família vai passar a noite em uma peça da Igreja Evangélica Avivamento Bíblico, que fica bem em frente a casa que pegou fogo. Eles poderão ficar no local até conseguir reconstruir a casa. Muitas doações de imóveis já chegaram, como roupas, camas, televisão, geladeira e fogão, mas ainda são necessários utensílios de cozinha, mesa, armários e, principalmente, materiais para reconstrução do imóvel. Quem quiser ajudar pode ligar para (55) 9600-3174.
"Só pensava em salvar meus filhos"
Para Liziane, os 15 minutos que passaram desde o momento em que viu o fogo até a retirada das crianças foi um pesadelo.
Diário: Como você percebeu o incêndio?
Liziane: Eu senti muito calor, estava muito quente dentro de casa. Pensei que fossem as crianças mexendo em alguma coisa. Levantei e quando olhei para o quarto das crianças, vi que estava pegando fogo. Não sei como começou, só quando já estava pegando fogo.
Diário: Qual foi a primeira coisa que pensou em fazer?
Liziane: Só pensava em salvar meus filhos. A primeira e a única coisa que passou pela minha cabeça. Tirei os cinco que tinham dormido na sala, porque ficaram olhando televisão. Aí, senti falta da pequena e ouvi o choro dela. Não pensei duas vezes e voltei para dentro de casa pra salvar ela. Mesmo a casa pegando fogo nem pensei em não voltar para buscar o meu anjo.
Diário: E agora, como fazer para reconstruir?
Liziane: O mais importante é que meus filhos estão bem. A vida a gente reconstrói, mas perder a vida de uma filha seria uma dor muito grande. Estou recebendo muito ajuda dos vizinhos e de Deus. Agora é ter fé e tocar a vida de novo.