"Ações como essas mancham a história da corporação", diz deputado sobre supostos casos de violência policial no Estado

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa estadual tem demonstrado preocupação com os supostos casos de violência policial em ações da Brigada Militar no Estado. De acordo com o presidente da comissão, o deputado estadual Adão Pretto Filho (PT), os canais de atendimento da iniciativa têm recebido um aumento das denúncias que envolvem autoridades da segurança pública. Um ofício foi encaminhado à corregedoria da Brigada Militar para que uma reunião trate do assunto. O deputado também propõe a realização de uma audiência pública.

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Casos e repercussão

No último mês, a morte de Valdemar Both, 54 anos, agricultor que foi vítima de disparos em abordagem da Patrulha Ambiental da Brigada Militar em Santa Maria, gerou grande repercussão e questionamentos sobre a conduta dos policiais envolvidos. Em outro caso, imagens entregues à Justiça desmentiram a versão de legítima defesa de um policial, na morte de Geovane Matias Maciel, 19 anos, em Bom Jesus, região nordeste do Estado, em março deste ano. O anúncio de júri popular no caso de Gabriel Marques Cavalheiro, encontrado morto em 2022 em São Gabriel, após ser abordado por policiais militares, também reacendeu a discussão sobre a atuação da Brigada Militar gaúcha.

– É estarrecedor o índice de violência policial aqui no Estado. São vários casos nesse último período que vêm preocupando a comunidade gaúcha por conta dessa ação violenta das forças de segurança pública. Nesse sentido, queremos propor uma audiência pública para tratar sobre esse tema. Convocar a Secretaria de Segurança Pública e a Brigada Militar que, inclusive, trocou de corregedor no dia seguinte ao que encaminhei um ofício à corregedoria – afirmou Pretto Filho. 


Justificativas e ações concretas

Em entrevista ao programa Bom Dia Cidade (CDN 93.5 FM), o deputado argumenta que a violência de algumas ações pode inclusive ferir a reputação da Brigada Militar perante a população:

– Ações como essas mancham a história da corporação. Não é a totalidade da Brigada Militar, muito pelo contrário: a grande maioria dos servidores cumpre o seu papel por uma segurança cidadã, mas episódios como esses têm assustado toda a comunidade gaúcha. Isso cria uma imagem de terror e de preocupação para a sociedade, e nós queremos mudar isso, através de fiscalização e também de uma legislação mais rígida quanto a essas abordagens – complementou o deputado.

Sobre a audiência pública solicitada, Pretto Filho afirmou não ter uma data definida. Já o documento enviado à corregedoria da Brigada Militar, segundo o deputado estadual, questiona a letalidade das ações e cobra também o governo do Estado.

–  Queremos uma justificativa para o porquê dessa brutalidade tão frequente. E também ações concretas por conta do Estado, como a questão das câmeras nos uniformes. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que (o uso de câmeras acopladas ao uniforme dos agentes das forças de segurança pública) diminui em 75% a letalidade das ações. Só em Porto Alegre nós temos essa condição. Por que não podemos ter em todo o território gaúcho? (É necessário) orçamento e recursos para isso – defendeu o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa estadual.


Confira a entrevista completa:


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