Investigação da BM sobre morte de engenheiro de Santa Maria ocorrerá em Porto Alegre

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Foto: arquivo pessoal

Após pressão da família nos últimos dias, o Comando-Geral da Brigada Militar decidiu alterar para Porto Alegre as investigações sobre a morte do santa-mariense Gustavo dos Santos Amaral, 28 anos, no último domingo na cidade de Marau, no norte do Estado. Segundo a família, um policial teria atirado contra o jovem por engano durante um confronto com criminosos.

O 3º Regimento de Polícia Montada de Passo Fundo abriu inquérito policial militar para investigar o caso na segunda-feira. Com isso, inicialmente, a investigação do caso seria feita por um membro do batalhão envolvido na ocorrência. A decisão de centralizar as apurações na Capital foi tomada pelo comandante-geral da Brigada Militar, coronel Rodrigo Mohr. O prazo para conclusão do inquérito segue de 40 dias, podendo ser prorrogado.

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O irmão gêmeo da vítima, Guilherme dos Santos do Amaral, afirma que a família havia pressionado, por meio das redes sociais e da imprensa, pela transferência da investigação. Ele reclama que procurou a corporação ao longo da semana para fazer perguntas, mas não obteve retorno.

_ Queremos que a apuração seja feita com muita transparência e queremos que a justiça seja feita _ relata.

Um inquérito foi aberto também na Polícia Civil para investigar o crime. Conforme o delegado Norberto Rodrigues, testemunhas já começaram a ser ouvidas e o resultado da perícia ainda é aguardado. 

HOMENAGENS
A família de Gustavo criou duas páginas nas redes sociais, uma no Facebook e outra no Instagram, com o nome "Justiça para Gustavo", para homenagear o jovem e cobrar respostas das autoridades. 

_ Não queremos deixar a história cair no esquecimento. Por meio dessas páginas, vamos compartilhar lembranças dele e as novidades da investigação. Está sendo uma semana muito difícil, não conseguimos sair de casa, eu pedi licença do trabalho _ diz o irmão.

Além disso, Guilherme conta que o irmão era apaixonado por esporte e, por isso, a família pensa em fazer algumas ações sociais em homenagem a ele para incentivar a prática esportiva de crianças. 

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Gustavo era engenheiro eletricista, formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O jovem trabalhava com subestações de energia elétrica e estava em Marau para montar um transformador em uma empresa. 

O CASO
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, dois homens estavam em uma camionete Volkswagen Amarok, que teria sido furtada em Casca, a 32km de
Marau, quando foram abordados e tentaram fugir. Durante a tentativa de fuga, a camionete colidiu contra uma Fiat Doblô, onde estava Gustavo e mais três homens. Um dos colegas, o montador eletricista Evandro Motta, 31 anos, conta que o grupo estava indo trabalhar, por volta das 7h45min de domingo, quando avistou as viaturas da polícia na estrada. Em seguida, começou o tiroteio. Gustavo, que estava no volante, parou o carro no acostamento.

De acordo com Evandro, havia outros carros parados atrás deles e Gustavo, em pânico, correu em direção a esses veículos. Nesse momento, conforme o colega, ele viu o policial andando no meio da estrada, indo em direção ao engenheiro e começou a gritar: "não atira, ele é trabalhador". Em seguida, o policial teria efetuado o disparo.

_ Eles falaram que foi bala perdida, mas não foi. Eu estava há menos de dois metros, eu vi. Em nenhum momento ele deu voz de prisão, mandou ele deitar, se abaixar, algemou. Ele chegou atirando para matar _ relembra. 

Os dois suspeitos que estavam na camionete foram presos em flagrante pela polícia. Um deles também foi baleado e encaminhado para o hospital de Passo Fundo para cirurgia. De acordo com o delegado, os dois bandidos tinham ficha criminal extensa por tráfico de drogas, roubos e homicídios. Um deles era foragido do sistema prisional e o outro estava em liberdade condicional. Ambos seriam de Passo Fundo.

*Colaborou Janaína Wille