Fotos: Vinicius Becker (Diário)
Servidores municipais estiveram presentes na sessão da Câmara de Vereadores desta quinta-feira (4), um dia após o Executivo retirar a proposta que recorria a um empréstimo para garantir o pagamento do 13º salário. O tema, apesar de não estar mais em discussão no Legislativo, foi motivo de manifestações na Tribuna e nas galerias do plenário.
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O vereador Valdir Oliveira (PT) foi o primeiro a falar sobre o tema. Na tribuna, parabenizou os servidores pela retirada do projeto – um dos objetivos da greve e da mobilização constante dos sindicatos. Repudiou, também, uma declaração do prefeito Rodrigo Decimo (PSD) sobre a aprovação da Lei Orçamentário do município pelos vereadores.
– Eu não posso concordar com a fala do prefeito Rodrigo Decimo em que ele jogou a culpa das finanças do município a esta Casa. Isso é covardia do prefeito. Eu não tenho essa responsabilidade porque, inclusive, fui um dos que votei contra a lei orçamentária do ano passado. Defendi que ou o prefeito reduzia a previsão de despesas ou ele nos apresenta de onde sairia essa receita, o que não ocorreu – disse, durante a sessão.
Alexandre Vargas (Republicanos), que compõe a base do governo, também se manifestou sobre o assunto:
– Eu mesmo liguei para ele e falei para não fazer mais isso. Entendo que tenha que mandar para essa Casa com déficit, mas não jogar a culpa do déficit da prefeitura nesta Casa.
O projeto de lei sobre o pagamento do 13º salário seguiu no centro da discussão. Parlamentares como Alice Carvalho (PSol) e Tubias Callil (PL) e Helen Cabral (PT) foram à tribuna na sequência. Na ocasião, também criticaram a postura da presidência da Casa na última sessão e cobraram uma postura em relação a suposta violência de gênero sofrida pela vereadora Helen Cabral.
“É um movimento histórico para Santa Maria"
Mesmo após a retirada do projeto, os servidores reafirmaram que a mobilização continua. Durante a sessão, representantes das categorias acompanharam os debates nas galerias da Câmara de Vereadores. Declarações dos vereadores da oposição eram seguidas por palmas. Já falas da base do governo eram acompanhadas em silêncio e, por vezes, com vaias.

Servidor de uma unidade de saúde do município, Paulo Horvath, 60 anos, avaliou que a retirada do projeto representa uma vitória importante, mas não encerra as reivindicações da categoria. Segundo Horvath, o objetivo agora é manter a pressão sobre o Executivo, especialmente diante das projeções para 2026.
– Na assembleia de ontem (quarta-feira), ficou definido que vamos continuar em estado de greve. O ano que vem deve ter pautas ainda mais incisivas, e isso vai exigir um movimento cada vez mais forte – destacou.
O servidor também ressaltou que a união entre diferentes categorias foi determinante para os avanços obtidos ao longo do ano:
– Esse movimento foi encorpando com o apoio de vereadores da oposição, de coletivos e de trabalhadores da saúde, como o nosso. Essa união fez toda a diferença. É um movimento histórico para Santa Maria, porque nunca antes houve a união de todos os sindicatos e movimentos dessa forma. E nós vamos continuar unidos.

Fim da greve
A retirada dos projetos levou o Sindicato dos Municipários e o Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm) a homologarem o fim da greve. Os movimentos estavam em greve, respectivamente, desde 24 de novembro e 5 de novembro – em protesto à Reforma da Previdência. As aulas na rede municipal, bem como os serviços, já foram retomados.
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