Apesar da concorrência online, lojas físicas não vão morrer, diz presidente do Sindilojas de Santa Maria

Apesar da concorrência online, lojas físicas não vão morrer, diz presidente do Sindilojas de Santa Maria

Foto Beto Albert, arquivo, 10/02/2025

O crescimento do comércio eletrônico em Santa Maria, que recebe pelo menos 30 mil encomendas por dia vindas de plataformas digitais como Shopee e Mercado Livre, impõe novos desafios ao varejo tradicional. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), Ademir José da Costa, o fenômeno não deve ser visto só como ameaça, mas como um movimento que gera emprego e renda localmente, especialmente na área de logística.


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Segundo Costa, a presença de centros de distribuição de marketplaces em Santa Maria tem movimentado setores como transporte e armazenagem.

 
– Todo dia chegam veículos, muitas vezes novos, para entregar pacotes. É um trabalho que talvez não compense totalmente em termos de renda, mas que garante ocupação para muitas pessoas – avalia.

 
Ele lembra que a concorrência no varejo já era intensa antes do boom do comércio digital:

 
– Se você observar uma quadra de lojas de rua, encontra 20 ou 30 estabelecimentos vendendo produtos muito semelhantes. Com o e-commerce, o lojista não disputa apenas com o vizinho, mas com empresas do Estado, do Brasil e até de outros países, especialmente grupos chineses.

 
Costa ressalta que o comércio de rua não vai desaparecer, mas precisará se reinventar.

 
– Eu estive em Nova York na NRF, uma das maiores feiras de varejo do mundo. Lá, há 7 anos, dizia-se que as lojas de rua iriam terminar. Na últimas duas NRF, era o contrário, de que as empresas que iniciaram só no e-commerce hoje estão abrindo pontos na rua porque precisam ter o contato com o seu cliente. É isso que nós trabalhamos dentro da nossa entidade, é mostrar que a vida é dura, que é difícil e nós temos que nos qualificar cada dia mais para poder sobreviver nessa selva que está por aí e que nunca foi diferente disso – afirma Costa, dizendo que a loja física não vai morrer.

Desafios e ilegalidades

Embora reconheça aspectos positivos, Costa aponta preocupações em relação à informalidade e à venda de produtos ilegais nos marketplaces:
– Mais de 50% do que circula nessas plataformas são produtos piratas, roubados ou sem recolhimento de impostos. Muitas vezes, empresas são abertas apenas para operar por um ou dois anos e depois fecham, sem deixar retorno ao Estado.

 
Nesse sentido, o sindicato tem cobrado maior atuação da Receita Federal para coibir irregularidades e garantir isonomia na concorrência.

 
– Defendemos a formalização porque todos devem competir em igualdade, pagando impostos e cumprindo a lei.

 
O Sindilojas de Santa Maria reúne cerca de 800 empresas associadas, de um universo de 5,8 mil CNPJs do setor na cidade. Para apoiar o setor, a entidade promove palestras e eventos de capacitação em parceria com a Fecomércio, abordando temas como marketing, inteligência artificial e estratégias de e-commerce. Costa diz que é normal haver um certo número de fechamento de lojas, porque vão surgindo novas sempre.

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Deni Zolin

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