Qual é o trabalho do geriatra

Geriatria é a especialidade médica com foco na atenção à saúde de pessoas idosas. O trabalho do geriatra vai muito além do tratamento de doenças; ele atua de forma integral, buscando promover a qualidade de vida, prevenir enfermidades e manejar os múltiplos aspectos do envelhecimento.

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Fala-se muito da necessidade de se procurar precocemente um geriatra, na quarta ou quinta década de vida. As orientações de prevenção de um envelhecimento saudável, porém, transcendem a prática da Geriatria, sendo apanágio de várias especialidades médicas: avaliação e orientação para evitar doenças e promover hábitos saudáveis, como alimentação adequada, prática de exercícios e acompanhamento de vacinas. 

Ao geriatra, sem dúvida, cabe o diagnóstico e identificação precoce de doenças comuns ao envelhecimento, como hipertensão, diabetes, osteoporose, doenças cardíacas, demências, entre outras, e também seu tratamento, como a prescrição de medicamentos, acompanhamento de terapias e monitoramento constante das condições crônicas, sempre considerando as particularidades do organismo da pessoa que envelhece. 

As ações de reabilitação são um aspecto fundamental da orientação geriátrica, buscando auxiliar o paciente na recuperação funcional após doenças ou cirurgias, sempre visando manter a autonomia e independência do paciente. Os Cuidados Paliativos são parte essencial do trabalho de todo geriatra que, mesmo não detendo esta subespecialidade médica, precisa ter familiaridade com estas práticas. Portanto, é necessário que se tenha atenção especial a pacientes com doenças incuráveis ou em fase terminal, focando no alívio do sofrimento e na dignidade do paciente.

Atuação em conjunto com outros profissionais

A abordagem multiprofissional é algo que está nos fundamentos da ciência geriátrica. O geriatra trabalha frequentemente em conjunto com outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Trabalhando em conjunto com outros profissionais de saúde, busca-se entender não só as questões médicas, mas também emocionais, sociais e familiares que impactam o envelhecimento.

 
Como praticamente em qualquer especialidade médica, uma das características marcantes do trabalho do geriatra é o cuidado personalizado e o tempo dedicado a ouvir o paciente – o foco na relação médico paciente é um dos aspectos mais relevantes da prática cotidiana da medicina geriátrica. Isso é fundamental para compreender as queixas, limitações e expectativas de cada idoso, garantindo um atendimento mais humano e eficaz.

 
O trabalho do geriatra exige sensibilidade, paciência e constante atualização, já que o envelhecimento traz desafios complexos e específicos. Em contrapartida, é uma área extremamente gratificante, pois permite acompanhar a trajetória de vida dos pacientes, contribuindo para seu bem-estar e autonomia.

Orientações a família e cuidadores

Lembramos que a família e os cuidadores merecem uma atenção especial na consulta geriátrica, pois com frequência a pessoa idosa tem dificuldades na compreensão das orientações fornecidas no decorrer da consulta. Muitas vezes, o registro por escrito de cada uma das orientações pode ser de grande valia, pois as informações somente faladas acabam sendo esquecidas. Ir ao dentista, revisar as vacinações, monitorar os níveis da glicemia e da pressão arterial, tais orientações devem ser fornecidas se possível de forma impressa ou em letras legíveis, podendo auxiliar grandemente na aderência às sugestões feitas.

 
Especial atenção aos medicamentos usados pelos idosos, à novos fármacos prescritos e à aqueles que foram suspensos (lembrar que desprescrever medicamentos por vezes pode ser mais importante do que prescrever novos medicamentos) é também essencial: uma nova receita, com a listagem de todos os remédios, maneira e horários de tomada pode ser necessária a cada consulta, pois o uso correto e a aderência ao tratamento prescrito é fator transformador na atenção aos idosos.

 
Em resumo, o geriatra é um profissional que muito pode contribuir para a promoção de um envelhecimento saudável, atuando de forma ampla, preventiva e humanizada. Lembrando que reconhecer suas limitações e capacidades é também de grande importância, lançando mão de outras especialidades médicas e atuando como um coordenador dos cuidados sempre que isso se fizer necessário.