Foto: Rian Lacerda (Diário)
Motoristas que circulam pela Rua José Barin, no Bairro Caturrita, precisa fazer malabarismo para desviar dos buracos. A via tem grande fluxo de veículos,uma vez que serve de ligação entre Santa Maria e São Martinho da Serra. A rua, de quase 1 km com problemas, também concentra o trânsito pesado de caminhões que transportam a produção agrícola e o escoamento do lixo, o que agrava ainda mais as condições do asfalto já em estado precário.
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Na manhã desta terça-feira (10), a reportagem do Diário percorreu a via e contabilizou, ao menos, 12 buracos em aproximadamente 50 metros, no lado pertencente a Santa Maria, na Bela União. As condições precárias danificam os veículos, causando prejuízos aos motoristas. Durante o tempo em que a reportagem permaneceu no local, condutores de caminhão e dos demais automóveis buzinavam pedindo melhorias, moradores das casas perto dos buracos também faziam o mesmo apelo. Um deles reside há mais de 20 anos nos arredores. Dorival Rodrigo, 78 anos, relatou que é uma frustração a ausência de melhorias consistentes:
— Isso, aqui faz muito tempo que está assim. A gente pede socorro para todo mundo e nada é resolvido. Eles vêm, colocam terra em cima, mas já, na primeira chuva, abre buraco de novo. Está muito triste a situação. Passa gente de São Martinho da Serra, de tudo que é lugar. E não tem mais condições de andar aqui. Estamos pedindo proteção, porque a estrada está abandonada – diz, desolado.
Além dos buracos na José Barin, a falta de sinalização dificulta a condução para os motoristas. Em uma lombada próxima ao numeral 1.523, as sinalizações horizontal e vertical estão apagadas. Quem trafega pelo trecho só identifica o redutor perto do ponto, que está localizado próximo de uma curva acentuada. A situação fica mais crítica durante a noite.
Município vizinho se mobiliza
Para tentar resolver o problema, já que é o caminho de São Martinho para Santa Maria, a presidente da Câmara de Vereadores de São Martinho da Serra, Maria Cristina Toaldo (União Brasil), tem mobilizado autoridades e imprensa, a partir da reclamação de moradores. Segundo ela, já foi protocolado ofícios na Câmara de Santa Maria, porém sem retornos concretos. Ainda de acordo com a vereadora, o problema é histórico e já houve tentativas de integrar esforços entre os municípios, incluindo um pedido ao prefeito Rodrigo Decimo (PSD):
— No início do mandato do prefeito Rodrigo, ocorreu uma visita institucional do prefeito de São Martinho da Serra, Robson Flores (União Brasil). O assunto foi colocado em pauta, porque é crítico e muito importante para ambos os municípios. Mas, de lá para cá, o problema se mantém. Só são feitos trabalhos paliativos, que não resolvem de forma definitiva. Mantemos contato com os vereadores daqui (de Santa Maria), sabemos que eles também cobram, gravam vídeos e solicitam, mas as providências não estão sendo tomadas. E esta semana recebemos moradores pedindo novamente que a Câmara atue, porque a situação piora – afirma Toaldo.
A vereadora lembra que o trajeto tem sido utilizado como rota alternativa depois de interrupções temporárias em outros acessos da região,como para Itaara e Júlio de Castilhos.
— Aqui, não é só um problema de Santa Maria. É coletivo. Afeta São Martinho da Serra, Santa Maria e os municípios da Região Norte. Este é o cartão de visita da cidade e também por onde passa nossa produtividade. O comércio de Santa Maria se beneficia desse trânsito. É necessária atenção especial.
Prefeitura reconhece que trabalho paliativo não tem resolvido
O secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana de Santa Maria, Wagner da Rosa, afirmou que parte da via não é de responsabilidade do município, mas do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (Daer), no entanto, a situação mais crítica fica na Rua José Barin, que pertence a Santa Maria. Sobre o trecho urbano, a prefeitura reconhece que as soluções paliativas não têm resolvido o problema:
— Ali, a gente entende que não cabe mais manutenção paliativa. O solo está comprometido e há redes importantes da Corsan passando por baixo, o que gera vibração constante. Com o trânsito pesado, tudo isso contribui para que os buracos voltem rapidamente. Entre 10 a 15 dias, o buraco acaba voltando.
De acordo com o secretário, uma obra definitiva exigiria a remoção de quase toda a estrutura atual. Seria preciso retirar 80% a 90% da base do pavimento e refazer toda a extensão danificada. Apesar disso, ele afirma que a prefeitura pretende seguir com tapa-buracos, enquanto busca financiamento para a obra.
Duas equipes estiveram no local nesta semana avaliando a situação, segundo Rosa. Ele indica que, caso o tempo firme, uma nova operação de tapa-buracos deve ser realizada nos próximos dias.
Asfalto na ERS-516
A via que liga os municípios está sendo asfaltada desde 2021. Pelo menos 12, dos 17,3 km da via, já receberam massa aslfáltica. A previsão é finalizar a obra ainda este mês.
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