Foto: Vinicius Becker (Diário)
Faltando pouco menos de 100 dias para a chegada do Natal, o comércio de Santa Maria já deu a largada para a venda de artigos natalinos. Árvores decoradas, guirlandas, Papais Noéis e enfeites coloridos já ocupam espaço nas prateleiras de algumas lojas e até dividem lugar com caveiras e abóboras do Halloween e com brinquedos infantis para o Dia das Crianças.
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Para os lojistas, a oferta simultânea das três datas é vantajosa tanto para os negócios quanto para os clientes, que aproveitam para levar presentes e decorações de uma só vez, sem precisar enfrentar longas filas e a correria de fim de ano.
Natal com tendências em rosa e azul

Na Clip Papelaria, conhecida pela variedade de produtos e pelo movimento intenso em datas comemorativas, a aposta no Natal é tradicional há quatro anos e começa cedo. Desde setembro, os enfeites já estão expostos. Nara Andrade, que trabalha na loja há 17 anos, explica que a estratégia é pensada justamente para atender o público que gosta de se antecipar. Segundo ela, neste ano, além do tradicional vermelho e verde, as cores que mais chamam atenção são o azul, o rosa, o dourado e o champanhe, tendências que têm diversificado a decoração.
— Muita gente quer ver a casa pronta com antecedência e prefere comprar já em setembro. Isso acontece todos os anos, por isso, sempre nos organizamos para colocar o material natalino bem cedo. Já saíram árvores, enfeites e até Papais Noéis, que são muito procurados — comenta.
Apesar da movimentação antecipada, o pico nas vendas costuma vir mais tarde.
— O crescimento maior sempre acontece depois do Halloween. É nesse período que a procura dispara, principalmente por árvores já montadas, porque os clientes estão cada vez mais em busca de praticidade. Também vemos muita saída de guirlandas prontas, nas quais o público não se preocupa tanto com o preço, mas sim com a beleza para deixar a casa bem decorada — explica Nara.
Data americana caiu no gosto local

Se de um lado a loja celebra o Natal, do outro, o clima é terror. Nos últimos dois anos, a data americana ganhou força no Brasil e, em Santa Maria, a procura surpreendeu os lojistas. A venda de fantasias, máscaras e acessórios cresceu tanto que o espaço reservado para o tema aumentou. Tiaras ou brincos temáticos, por exemplo, podem ser encontrados a partir de R$ 15.
— De dois anos para cá, o Halloween passou a ter uma procura muito grande. Hoje, os clientes não compram apenas fantasias para crianças, mas também acessórios para compor looks de festas de adultos. As máscaras são campeãs de venda, junto com capas e tiaras, e a decoração para casas e condomínios também sai bastante — relata.
Segundo ela, até os famosos baldinhos de abóbora para doces já se tornaram itens indispensáveis, assim como pequenas maquiagens temáticas.
Pais aproveitam para antecipar presentes

No meio dos corredores, ainda há espaço para os presentes do Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro. Jogos eletrônicos são os itens mais procurados, mas também há outros personagens em alta, como Stitch e Transformers, além de bicicletas, triciclos e motos infantis, que seguem sendo procurados todos os anos. A sobreposição de datas cria situações curiosas no dia a dia da loja.
— Acontece muito de o cliente entrar só para comprar um brinquedo e acabar levando enfeites de Natal junto. Muitas vezes, chegam sem carrinho e, depois, pedem auxílio porque percebem que vão sair carregados. Uma cliente até brincou esses dias: "Vim por um presente e vou sair cheia de Natal", porque realmente é difícil resistir — conta.
O movimento intenso exige planejamento da equipe, que se organiza em turnos diferenciados para dar conta da demanda, que se multiplica na reta final do ano.
— É um período corrido para todo mundo, não só para o consumidor, mas também para nós. Outubro já é cheio, porque temos o Dia das Crianças, logo vem o Natal e, em seguida, a volta às aulas. Então, precisamos estar preparados para filas longas e muito fluxo. Quem se adianta consegue evitar esse movimento todo – complementa Nara.
E o preço?
Quanto aos preços, a avaliação é de estabilidade. Segundo a loja, os itens natalinos tiveram aumento em relação ao ano passado, em torno de 20%, e em alguns casos até chegaram mais baratos. Árvores e guirlandas, por exemplo, tiveram reajuste pequeno. Para o Halloween, a base de preços se manteve praticamente igual a de 2024, e até os brinquedos tiveram apenas um reajuste médio de 10%, já que muitos produtos foram comprados em quantidade para promoções.
Data antecipada para atender artesãos e clientes

Na Agulha Mágica, loja especializada em tecidos, cama, mesa, banho, linhas, barbantes e aviamentos, a preparação para o Natal também começa antes. Desde agosto, a vitrine já recebe guirlandas, Papais e Mamães Noéis, enfeites variados e materiais para artesanato. Segundo a proprietária, Paola Weber de Oliveira, a procura antecipada se deve ao perfil diferenciado do público: muitos clientes compram os materiais para confeccionar seus próprios itens natalinos e, por isso, precisam planejar com antecedência.
Além dos materiais para produção própria, a loja também oferece artesanatos já prontos, deixados por artesãs parceiras para venda no estabelecimento. Há uma grande variedade de enfeites decorativos: guirlandas, Papais e Mamães Noéis, peças para mesas e outros elementos de cama, mesa e banho. Entre todos os produtos, o item mais buscado pelos clientes é o Papai Noel, utilizado não só como enfeite tradicional, mas também como peso de porta ou para decorar bancadas.
— E mesmo com a alta do material, conseguimos manter os preços do artesanato. Isso é importante para que o público continue comprando e os artesãos se mantenham ativos — afirma.
A estratégia de antecipar a venda de itens natalinos não é novidade para a Agulha Mágica: a prática já dura 11 anos e consolidou a loja como ponto de referência na cidade para quem deseja se preparar com antecedência.
— Agora, em outubro, já estamos vendendo bastante. Todo dia sai algum enfeite de Natal, assim como materiais para os artesãos. Agosto já foi um mês forte, e outubro está "bombando" também – finaliza Paola.