data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotro: arquivo pessoal
Morreu às 14h50min desta segunda-feira a professora Maria Zulmira Mariano da Rocha, 101 anos, vítima de causas naturais. Ela estava internada desde agosto no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo. Por meio de uma nota, a UFSM declarou luto oficial de três dias.
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O velório está previsto para começar às 20h30min desta segunda no Salão Imembuí, no 2º andar do prédio da reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O sepultamento ocorrerá no Cemitério Ecumênico Municipal às 17h desta terça.
Filha dos estancieiros Patrício Dias Ferreira e Manoela Velho Dias, ela nasceu em Caçapava do Sul aos 24 de setembro de 1918. Maria Zulmira iniciou os estudos em Bagé e foi aluna interna do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, em Porto Alegre.
Em 26 de abril de 1933, ela conheceu o acadêmico de Medicina José Mariano da Rocha Filho, com quem se casou em 10 de agosto de 1938, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, de Porto Alegre. Em Santa Maria, eles moraram sempre na Rua Venâncio Aires. O casal teve 12 filhos: Maria de Lujan, Mariana Giselda, José Mariano da Rocha Neto, Raquel Francelina, Júlio Rafael, Patrício Augusto, Maria Izabel, Zulmira, Ricardo Henrique, Eugenia Maria, Francisco José e Antônio Manuel. Além disso, a família ganhou 26 netos e nove bisnetos.
Maria Zulmira foi presente, também, na implantação da Universidade Federal de Santa Maria por José Mariano da Rocha Filho. Por inúmeras vezes, ela fez da casa o principal lugar de reuniões para que o sonho da UFSM se tornasse realidade. Engajada nas iniciativas em prol da educação junto ao marido, a educadora teve intensa atuação no Museu Educativo Gama d'Eça, desde o início da organização. No acervo, ela ainda foi presidente da Associação dos Amigos do Museu Educativo Gama d'Eça.
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CAUSAS SOCIAIS
Durante o período em que Mariano da Rocha esteve à frente da reitoria, Maria organizava o Natal dos Filhos dos Operários da UFSM. A festividade contava com a distribuição de presentes para os filhos dos colaboradores da universidade, bem como doações de alimentos, entre outras iniciativas.
Ainda em favor da comunidade universitária, a caçapavana buscou recursos para a construção da Creche e Pré-Escola Ipê Amarelo UFSM, atual Núcleo de Educação Infantil Ipê Amarelo. E, ainda, pelo Museu Educativo Gama d'Eça, promoveu anualmente a campanha Ponha Cristo em Seu Natal.
DOCÊNCIA
Já com os filhos criados, Maria Zulmira, incansável na busca por crescimento pessoal e familiar, adentrou às salas de aula para cursar Geografia, formando-se em 1968. No ano seguinte, passou a lecionar Biogeografia e Geografia do Brasil, na universidade, a qual, ajudou a consolidar como a primeira universidade no interior do Estado. Ela se aposentou em 1988.
A filha Maria Izabel afirma que todos os familiares têm orgulho da trajetória construída pela mãe:
- Ela foi uma mulher a frente do seu tempo. Teve 12 filhos e, depois, foi fazer o curso superior. O meu pai dizia que só conseguiu fazer tanto por que tinha ela ao seu lado.