Canola ganha espaço nas plantações da Região Central e registra aumento de 64% em áreas cultivadas

Canola ganha espaço nas plantações da Região Central e registra aumento de 64% em áreas cultivadas

Foto: Reprodução / Manuela Sarturi

A região central do Rio Grande do Sul registrou aumento de 64% na área cultivada com canola em 2025, alcançando 45.475 hectares, conforme levantamento da safra de inverno divulgado pela Emater/RS-Ascar. O crescimento regional acompanha a tendência estadual de expansão da cultura, que, neste ano, atingiu 176.076 hectares, aumento de 19,07% em relação a 2024, quando foram plantados 147.879 hectares.

+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
A estimativa de produção é de 292.049 toneladas, o que representa elevação de 39,85% em comparação às 208.830 toneladas do ano anterior. A produtividade média estadual foi reavaliada pela Emater para 1.659 quilos por hectare, queda de 4,49% em relação à projeção inicial de 1.737 kg/ha feita no início do plantio. Entre os cultivos de inverno, apenas a aveia branca também ampliou a área; trigo e cevada registraram redução.


Cultivo e destinação

Foto: Reprodução / Manuela Sarturi

Conhecida por ter porte médio e flores amarelas, a canola é cultivada no Estado durante a safra de inverno, com semeadura entre abril e junho. O plantio ocorre em solos profundos e bem drenados, adequados ao desenvolvimento da espécie. O ciclo se estende até o final de setembro e outubro, quando são realizadas as colheitas.
A canola tem como principal destino a indústria de extração de óleo comestível, que abastece os mercados interno e externo é comum encontrar o produto nas prateleiras do estabelecimento. Também é matéria-prima estratégica para o biodiesel, cuja produção em expansão tem impulsionado o cultivo da cultura no Estado.

Entre os fatores que justificam o aumento da área cultivada, a Emater destaca: produtividade média elevada, próxima a 1.800 kg/ha; viabilidade como cultura alternativa em sistemas de rotação com trigo e aveia; adaptação ao clima frio da região; avanços genéticos que ampliam rendimento e eficiência de colheita; benefícios agronômicos como descompactação do solo e redução de patógenos; custos operacionais menores em comparação a outras culturas de inverno; segurança de mercado, com contratos firmados com cooperativas e indústrias; Apoio técnico da Emater e de cooperativas locais, que orientam produtores quanto ao manejo e tecnologia de produção.


A visão do produtor

O agricultor Cristiano Piovesan, 47 anos, cultiva canola há dois anos em Júlio de Castilhos e afirma que a cultura tem se mostrado uma alternativa segura e rentável.

– A gente começou a olhar a canola pela questão da rotação de cultura. Ela se encaixa bem no sistema de cultivo, muda planta, muda raiz, melhora o solo. E tem a questão financeira, que está interessante, porque o preço da saca está alto. A canola já está consolidada. Para mim, é uma cultura como o trigo. Tem mercado e tende a crescer ainda mais– explica Piovesan.

Segundo ele, a comercialização é feita por meio da Cotrijuc, cooperativa regional, e os valores atuais variam entre R$ 130 e R$ 135 por saca.
– O custo fica em torno de 15 sacas por hectare e a expectativa é colher cerca de 30 sacas por hectare. Então, a receita é boa e a ideia é duplicar a área de canola no próximo ano ​– afirma o produtor.
Entre as dificuldades, ele cita a plantabilidade, pela pequena dimensão das sementes, e a colheita, que requer atenção para evitar perdas por debulha.


Perspectiva técnica

Em entrevista à reportagem, o gerente regional da Emater, Guilherme Passamani, ressaltou a relevância da canola na diversificação produtiva e na geração de renda no campo.
– É uma atividade importante dentro da produção de óleos para consumo e também para a indústria do biodiesel, que tem crescido bastante no Estado. Além disso, oferece diversificação nas propriedades e melhorias agronômicas, com benefícios para o solo e para a sanidade das plantas ​– destaca ele.
Ele observa que áreas, tradicionalmente, voltadas ao trigo passam a incorporar a canola como alternativa produtiva, com custos de implantação menores e maior estabilidade de preços.


Culturas Alternativas e Tendências Produtivas no RS

Além da canola, o Rio Grande do Sul amplia a diversificação das lavouras de inverno com o avanço de cultivos como aveia branca e cevada, principalmente em sistemas de plantio direto, que contribuem para a preservação do solo e para o aumento da sustentabilidade das propriedades rurais.
De acordo com a Emater, a tendência de diversificação produtiva tem se consolidado em diferentes regiões do Estado, com foco em fortalecer a segurança financeira das famílias rurais e garantir o equilíbrio agronômico dos sistemas de produção.

A estratégia busca ampliar a resiliência econômica e climática dos agricultores por meio do planejamento técnico das áreas cultivadas e da integração de culturas complementares durante o ciclo agrícola


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

POR

Vitória Sarturi

Parque da Medianeira inaugura nova livraria católica neste domingo Anterior

Parque da Medianeira inaugura nova livraria católica neste domingo

Entre trilhos e lembranças: o legado dos ferroviários para Santa Maria Próximo

Entre trilhos e lembranças: o legado dos ferroviários para Santa Maria

Geral