Professores estaduais paralisam por reajuste salarial e contra "desmonte" do IPE

Professores estaduais paralisam por reajuste salarial e contra

Foto: Rian Lacerda (Diário)

Professores da rede estadual de ensino realizam uma paralisação de 24 horas nesta terça-feira (11), em Santa Maria. O movimento reivindica a reposição salarial, melhores condições de trabalho e critica o que a categoria classifica como um "desmonte" do plano de saúde (IPE). Na cidade, a mobilização afetou o funcionamento das escolas e se uniu aos professores da rede municipal, que estão em greve.


Um ônibus com cerca de 40 professores do 2º Núcleo do Cpers, com sede em Santa Maria, deslocou-se para Porto Alegre para participar do ato estadual.


As reivindicações

Foto: Rian Lacerda (Diário)

Segundo a diretora-geral do 2º Núcleo do Cpers, Maíra Lara Couto, o ato busca dialogar com a sociedade sobre a situação da educação estadual.


– Hoje a rede está parando, principalmente, na luta pela qualificação do nosso plano de saúde. Nós somos uma das categorias que mais adoecem por conta do trabalho e está acontecendo nos últimos anos um desmonte do nosso plano de saúde, que é o IPE. Também mobilização tem por reposição salarial, estamos há anos sem reposição salarial – detalha Maíra.


Ela afirma que a paralisação faz um contraponto à propaganda oficial do governo do Estado.


– Fazendo o contraponto que é importante, a propaganda do governador de que vem investindo na escola pública, nos professores, nos funcionários. E na realidade é bem o contrário que acontece. O importante é a gente estar fazendo esse diálogo do que vem acontecendo realmente na educação pública, esse desmonte que está sendo operado pelo governador – afirma a diretora

Foto: Rian Lacerda (Diário)

A professora de geografia Priscila Werner, da Escola Estadual Maria Rocha, que teve aulas suspensas nos turnos da tarde e noite nesta terça-feira (11), também participou da mobilização e reforçou as pautas.


– A nossa reivindicação é de longa data. A questão ainda que envolve o piso, que ainda não foi completamente alcançado. Nós estamos também lutando pelo IPE, porque existe um desconto que é feito por todos, e cada vez mais nós temos uma situação de precariedade desse atendimento, que é muito grave – relata a professora.


Priscila também citou as perdas dos aposentados e as condições dos funcionários de escola, que, segundo ela, "são educadores como nós".

Foto: Rian Lacerda (Diário)

​– A luta é que a escola pública se mantenha como uma escola pública de qualidade. A população tem que assumir esse papel também de contribuir com essa luta, até porque os filhos dos trabalhadores também estão sendo prejudicados pela precarização das condições de trabalho. A gente percebe que há pouco diálogo por parte do governo – conclui.


Adesão e próximos passos

Em Santa Maria, segundo o Cpers, a adesão foi mista.

– Nós tivemos várias escolas paralisando de forma total, algumas por um turno só – explicou Maíra.

De acordo com a diretora do sindicato, a paralisação estadual ocorre somente nesta terça-feira, mas o movimento continua unificado com os professores da rede municipal, que estão em greve por tempo indeterminado contra a reforma da previdência de Santa Maria.

– A gente está unificando também aqui o movimento com as professoras da rede municipal que estão em greve. E no final das contas, a luta é contra o mesmo projeto de ataque à escola pública, aos direitos das professoras e das funcionárias – finaliza Maíra.

O Diário pediu uma posição do governo do Estado sobre a paralisação, mas até a publicação desta reportagem, o Palácio Piratini não havia enviado uma resposta.


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Rian Lacerda

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