Travessia Urbana pode ter novo atraso e ficar para 2026

Travessia Urbana pode ter novo atraso e ficar para 2026

Fotos: Vinicius Becker (Diário)

Os motoristas que enfrentam as longas filas e lentidão no Trevo da Uglione, agravadas agora pela obra de duplicação da saída para São Sepé (BR-392), tentam entender o motivo de tanta demora para concluir as trincheiras – pistas escavadas abaixo do nível do solo e que servirão para o tráfego no sentido Itaara-São Sepé e vice-versa. Essa é uma das últimas e mais importantes etapas da duplicação dos 14,5 km da Travessia Urbana de Santa Maria, iniciada em 16 de dezembro de 2014, ao custo inicial de R$ 309 milhões, e com promessa de conclusão em 3 anos, até o final de 2017. A obra, que já teve a maior parte dos trechos e viadutos entregues, acumula um atraso de 7 anos e 10 meses. Nesse período, foram inúmeras promessas e prorrogações de prazos.


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A nova data prometida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é concluir 100% da obra até dezembro deste ano, mas fontes do Diário informam que, devido à liberação de verbas abaixo do previsto em 2025, já existe o risco de a obra de duplicação da Travessia Urbana avançar em 2026 e só ser concluída mesmo em janeiro ou fevereiro do ano que vem.

Quem passa pelo Trevo da Uglione percebe que, nos últimos dois meses, o ritmo de trabalhos voltou a reduzir. As obras seguem, mas há poucos trabalhadores no local. Fontes da coluna revelam que, em 2025, o principal problema foi a demora para a aprovação do Orçamento da União, que ocorreu só em abril. Diante disso, os repasses das verbas para as obras federais no início do ano ficaram comprometidos. Depois da aprovação, levou um tempo até os ministérios fazerem a divisão e os procedimentos burocráticos para envio dos recursos. Além disso, o volume de empenhos estaria abaixo do normal mesmo depois disso, não só para a Travessia Urbana. O Dnit chegou a desligar os contratos dos controladores de velocidade em todo o país, em agosto, devido à falta de verbas – só voltaram a ser ligados por determinação judicial. Na Aeronáutica, faltou dinheiro até para combustível para aviões, e as unidades seguem em meio expediente para economizar recursos.

As mesmas fontes revelam que ainda há tempo para concluir 100% da duplicação da Travessia Urbana até dezembro, mas vai depender das condições climáticas e da liberação de verbas. Se o ritmo for acelerado, seria possível terminar a obra ainda em 2025 – mesmo assim, totalizará 11 anos de obras e 8 anos de atraso do prazo prometido em 2014. Porém, diante da lentidão atual, com poucos funcionários e máquinas, já existe risco de a duplicação ficar totalmente pronta em janeiro ou fevereiro de 2026.

Por isso, o Diário estreia o selo que lembra do atraso na duplicação e cobra do governo federal o cumprimento da promessa de concluir a obra. O Grupo Diário também lançou recentemente o selo para relembrar a promessa do governo do Estado de duplicar a Faixa Nova de Camobi (RSC-287), feita em dezembro de 2020. Já são 5 anos e 10 meses de promessas para esse projeto, que agora está sendo concluído, mas sem previsão de início da obra de duplicação em si.


O que ainda falta fazer para terminar a obra, iniciada no fim de 2014

No caso das trincheiras, os operários seguem trabalhando na terraplenagem, colocando pedras, e fazendo muros centrais. O Dnit prevê que, em breve, serão instalados os muros laterais no trecho da trincheira em direção ao viaduto da Duque. Ali, o serviço será mais rápido do que o dos muros laterais do lado da BR-392, que eram com paredes grossas de concreto e tirantes encravados no solo. Do lado da Duque, serão instaladas telas de aço e jateado concreto, o que não é tão demorado. Mesmo assim, ainda falta concluir a terraplenagem, as muretas centrais e a pavimentação das quatro pistas da trincheira, que tem uma extensão de 800 metros.

Outra frente de trabalho é na passagem inferior da Urlândia. Na BR-287, as quatro pistas estão liberadas e concluídas. As equipes estão agora concluindo o entorno e a pista na parte inferior, que vai ligar a Rua Orlando Fração ao Bairro Urlândia, passando por baixo da rodovia. Segundo o Dnit, após a conclusão dessa pavimentação, os trabalhos seguirão para a passagem inferior da Rua Capitão Vasco da Cunha, pouco antes da Cohab Santa Marta. Lá, também falta fazer paredes laterais e asfaltar a Vasco da Cunha (foto ao lado), que passa por baixo da BR-287.

Já ali perto, a passarela do Bairro São João está quase pronta. Enquanto isso, outras equipes religaram a iluminação entre o trevo da Ulbra e o trevo da Cohab Santa Marta nas últimas semanas. Os trabalhos seguem em direção à Uglione. Até o final do ano, o Dnit promete religar as luminárias da Uglione até o Trevo do Castelinho também. Está sendo usada agora fiação aérea para tentar reduzir o risco de novos furtos, que deixaram os trechos às escuras nos últimos anos.
Quando tudo for concluído e ligado, o Dnit vai repassar toda a iluminação da Travessia Urbana para a gestão da prefeitura, que tem um consórcio contratado para a troca de lâmpadas queimadas e manutenção em toda a cidade.


O que diz o Dnit

  • Prazo de conclusão – “O Dnit informa que o cronograma em execução tem vigência até o final de 2025. As frentes em andamento têm previsão de conclusão dentro desse prazo. Desde o início, o Dnit adota como metodologia concluir os trechos e liberá-los, gradualmente, para uso da população. As próximas entregas previstas são: a passarela do Bairro São João, o acesso ao Bairro Urlândia, a trincheira da BR-158/BR-392 e a passagem inferior da Vasco da Cunha.”
  • Fase da obra – “As obras estão 98,5% executadas e têm cronograma vigente até o final do ano. O projeto foi incluído no Novo PAC, o que garante os recursos necessários para sua conclusão. As obras da Travessia Urbana em rodovias federais, como no caso de Santa Maria, são complexas devido às soluções técnicas que precisam ser implantadas sem interromper o tráfego de veículos ou paralisar o cotidiano da cidade. Além disso, o projeto deve ser compreendido como um conjunto de melhorias inseridas em um único empreendimento, já que envolve a execução de 19 Obras de Arte Especiais (OAEs) (como viadutos e pontes). Cada intervenção, portanto, representa uma grande obra em si”.
  • Obras já concluídas – “Ano após ano, melhorias vêm sendo entregues à população. A totalidade dos serviços já contempla 14,7 km de pistas duplicadas; 10,7 km de ruas laterais; 18,5 km de ramos e acessos (entorno de viadutos e rótulas); 16 viadutos; 3 pontes; e 3 passarelas (nos bairros Parque Pinheiro, Floresta e a do Bairro São João, atualmente em execução). Nesse período, também foram realizadas mais de 50 audiências de conciliação, em parceria com a Justiça Federal, que possibilitaram desapropriações e a aquisição de 20 imóveis por meio do Programa Compra Assistida, garantindo a realocação de famílias que viviam em situação de vulnerabilidade social às margens da rodovia. Para a conclusão do projeto, o Dnit projeta investir em torno de R$ 9,1 milhões”.

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