Com a suspensão de aulas e demais atividades acadêmicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), assim como em outras cinco instituições de Santa Maria, o campus sede era movimentado apenas pelo Hospital Universitário (Husm). No Centro, onde linhas de ônibus também sofreram alterações, o cenário de poucas pessoas se repetia, ainda que com maior movimentação.
O diretor do Centro de Tecnologia (CT) da UFSM, Tiago Marchesan, ainda frequentava o prédio nesta terça-feira. Além dele, poucos servidores terminavam atividades, e funcionários terceirizados também trabalhavam. Aos terceirizados, cabe aguardar o posicionamento da empresa para qual trabalham sobre a suspensão ou não de seus postos. Já para os servidores, a próxima semana deve funcionar à distância.
- A gente tem fomentado que as atividades continuem nas plataformas digitais. Os professores se organizam dessa forma naquilo que é possível - fala.
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Os prédios no campus devem continuar abertos até uma nova determinação, já que há laboratórios que se mantém ativos com restrições. Outra diretriz que deve ser conhecida somente com o retorno das atividades é sobre o calendário letivo. Segundo Marchesan, os centros devem se reunir com a reitoria para avaliar as recuperações necessárias.
NO HUSM
Ainda que não seja um local próprio para receber pacientes com sintomas de covid-19, é facilmente perceptível que o Husm é o local que mais concentra pessoas no campus. Mesmo assim, quem trabalha com a circulação de pessoas pelo hospital sente efeitos da suspensão de aulas até mesmo no bolso. O taxista Adilson Costa esperava que o ano fosse "finalmente começar" com o início do ano letivo. Embora seu ponto seja em frente ao Husm, o número de corridas não correspondeu à expectativa.
- Desde às 6h, eu fiz só uma corrida, R$ 10. Imagina como vão ser os outros dias. O movimento caiu em torno de 60%. No Husm, o que deu para notar é que o número de pacientes reduziu pelas vans e ônibus que vem de fora - observa.
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ÔNIBUS
Quem utiliza o transporte público sente efeitos da redução de linhas. A estudante de agronomia Simone Puntel conta que trabalhos no laboratório em que atua seguem, mas demais atividades são feitas em casa. Ela acredita que o esforço coletivo é o principal ponto para a prevenção.
- É uma situação complicada, a gente se assusta um pouco. Não é uma coisa que depende só da gente, depende de outras pessoas - defende.
No Centro, mais pessoas circulam em relação ao campus. Ainda assim, no ponto de ônibus na Rua do Acampamento - onde normalmente se acumulam usuários de diversas linhas - sobravam espaços para sentar. A dona de casa Juliana Mello costuma sair de Itaara por compromissos em Santa Maria. Agora, contudo, as viagens devem ser reduzidas.
- Ainda mais que tenho criança e idoso em casa. Se tem necessidade de vir, tem que ser com todo cuidado, que ainda é pouco - comenta.
A orientação geral para prevenir o contágio do coronavírus é sair de casa somente quando for extremamente necessário. Conforme o boletim epidemiológico mais recente, divulgado na última segunda-feira, são três casos suspeitos de coronavírus em Santa Maria.
*Colaboraram Ian Tâmbara e Leonardo Catto