VÍDEO: moradores se arriscam ao passar no meio a trens em rua de Santa Maria

Foto: Kleber Colvero (Arquivo Pessoal)

A Rua Sete de Setembro, na região norte de Santa Maria, tem sido de forma recorrente endereço para uma prática perigosa: a travessia por entre os vagões de trem que param ao longo do trajeto. O Diário recebeu, nos últimos dias, relatos e fotos de leitores que flagram a prática.

A reportagem esteve, na última quarta-feira, no entorno da via e conversou com moradores e pessoas que passam pelo local. Uma delas é Elena Sorrah, 43 anos, que trabalha no comércio. Ela mesmo admite que, no mês passado, não esperou o trem arrancar e, por estar com pressa, cruzou entre os vagões parados no local.

- Certo eu sei que não é. Mas olhei, mais de uma vez, e vi que estava parado (o trem) e subi num cantinho que tem e passei. Já esperei outras vezes, mas eu estava com pressa. Não faço sempre, é que depende do dia - admite Elena.

No entorno dos trilhos é comum também que adolescentes e jovens fiquem por ali. Um estudante de 14 anos, do Ensino Fundamental, diz que, quase sempre à tarde, vai até os fundos da Gare para encontrar com amigos e fazer fotos para abastecer as redes sociais. Ele revela que é comum "pegar carona" com os vagões parados para mostrar aos amigos.

- A gente, de vez em quando, sobe mesmo quando eles (vagões) estão parados. Tem uma galera que pega carona com ele passando, em movimento. Eu não faço isso. Mas, sei lá, cada um faz o que quer aqui - revela o adolescente.

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Ainda que a rota dos trens, nesse trajeto, fique a poucos metros da sede da Guarda Municipal, isso não parece ser algo que intimide aqueles que insistem em fazer a arriscada travessia. O alerta vem de uma moradora, que fica em uma das propriedades aos fundos da Gare, e que pediu para não ser identificada.

- O fato de ter gente que passa pelos trilhos com os vagões parados não é nenhuma novidade. Acho que faz isso quem quer. A empresa (em referência à Rumo) não tem nada a ver nem culpa disso. Passa quem quer. É questão de consciência de cada um - afirma.

A queixa de muitos moradores é que os trens ficam muito tempo parados no cruzamento da Rua Sete, impedindo a travessia de pedestres. Desde janeiro, a passagem de veículos no local foi bloqueada por determinação judicial. A reabertura está sendo negociada entre a prefeitura, o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) e a empresa Rumo. A exigência é que haja mais segurança para quem cruzar os trilhos.

ALERTA
Por e-mail, a Rumo emitiu uma nota em que reforça o alerta para que a prática de cruzar entre os trens seja, ao máximo, reduzida por parte da população. A nota traz, ainda, que é "expressamente proibida a circulação de pessoas não autorizadas em áreas operacionais" e que a "travessia da ferrovia só deve ser feita nas passagens oficiais, com atenção redobrada à sinalização".

A Rumo ressalta a importância de "sempre manter distância segura dos trens, parados ou em movimento" e finaliza ao dizer que "a empresa realiza campanhas de segurança com o objetivo de conscientizar a comunidade sobre os cuidados com a ferrovia".