"O recesso não é para isso", afirma vereador Sérgio Cechin sobre debate da Reforma da Previdência

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Eleitor para presidir a Câmara de Vereadores de Santa Maria em 2026, o vereador Sérgio Cechin (Progressistas) afirmou, nesta sexta-feira (19) que a discussão sobre a Reforma da Previdência, um dos temas mais sensíveis da agenda política municipal, deverá ficar para março do próximo ano. Segundo ele, apesar de o debate ser inevitável, o período de pausa dos trabalhos da Câmara não será utilizado para tratar do assunto, pois "o recesso não é para isso". A Casa só retoma as sessões depois do Carnaval, em final de fevereiro. 


Reforma da Previdência

Foto: Vinicius Becker (Diário)

A Reforma da Previdência, apresentada em 3 de novembro deste ano, prevê a reestruturação do regime próprio dos servidores públicos, que enfrenta um déficit acumulado ao longo dos anos. O chamado "rombo previdenciário" vem sendo apontado há mais de uma década e se intensificou com o aumento das aposentadorias e a diminuição proporcional do número de contribuintes ativos. Diante desse cenário, o Executivo encaminhou ao Legislativo um projeto com mudanças nas regras de aposentadoria e de contribuição.

A proposta, porém, gerou forte reação entre os servidores municipais, que apontaram a ausência de diálogo durante a elaboração do texto e consideraram as medidas prejudiciais à categoria. Com a pressão e a falta de consenso, a tramitação foi suspensa em 28 de novembro.


"O caminho é discutir até a exaustão, com transparência"

Diante do cenário político conflituoso, Cechin avalia que a proposta apresentada  chegou ao Legislativo de forma precipitada, sem escuta adequada dos servidores, sindicatos e da população. Para ele, esse formato contribuiu diretamente para o desgaste político e para a suspensão da tramitação. Na condição de futuro presidente da Câmara, o vereador afirma que a condução será diferente, com o Parlamento assumindo um papel ativo de mediação entre os interesses envolvidos.

– Esse assunto precisa ser discutido. Não dá para empurrar com a barriga, porque o problema só cresce, mas também não pode chegar de afogadilho, como ocorreu neste ano – afirmou.

Segundo o novo presidente da Casa, já há a garantia de que o tema não será tratado durante o recesso legislativo. A ideia é que o debate seja retomado a partir de março de 2026, com um novo cronograma e uma abordagem mais aberta. O objetivo, conforme Cechin, é iniciar praticamente do zero, com reuniões, esclarecimentos técnicos e participação direta dos servidores municipais, tanto por meio dos sindicatos quanto de forma individual.


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Ele reconhece que a reforma envolve medidas difíceis, mas reforça que ignorar o problema seria uma atitude irresponsável do ponto de vista da gestão pública e do Legislativo:

– Não vamos agradar a todos, mas dizer, simplesmente que não vamos analisar é ser irresponsável. O caminho é discutir até a exaustão, com transparência.


Retomada do tema

Nesta segunda-feira, a prefeitura retoma o assunto após a retirada do projeto da Câmara. No final da tarde, está agendada uma reunião junto ao Sindicato dos Municipários. O encontro está previsto para as 17h, no Gabinete do prefeito Rodrigo Decimo (PSD). Já o Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm) informou que, por enquanto, não há agenda marcada com categoria. 


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