Foto: Beto Albert (Diário)
Na última semana de setembro, estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e moradores, principalmente do Bairro Camobi, relatavam sintomas de náuseas, diarreia e outros sintomas de desidratação. Tratava-se do surto de rotavírus, que desencadeou diversos casos de gastroenterite em Santa Maria. Três semanas depois, nesta segunda-feira (14), são 220 casos confirmados e pelo menos 1.123 notificados, segundo a Secretaria da Saúde.
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Em entrevista ao programa Fim de Tarde CDN, para a Rádio CDN (93,5 FM), a secretária adjunta Ana Paula Seerig analisou a situação do município.
– As primeiras sinalizações sobre esse surto iniciaram no dia 27 de setembro e desde então estamos fazendo um monitoramento diário, sobretudo sobre como está a procura por serviços públicos relacionados a esse assunto. As notificações são contabilizadas em cima das pessoas que procuraram atendimento médico com sintomas gastrointestinais. A partir disso, a vigilância faz uma investigação do caso, por meio de ligações para o paciente. Nesta ligação, a pessoa é questionada sobre os sintomas para concluir se há relação ou não com o surto – explica Seerig, que estava respondendo como titular da pasta (nesta segunda, o secretário Guilherme Ribas, que estava afastado para concorrer a vereador nas eleições, retornou ao cargo.
Seerig afirma que há uma diminuição, principalmente nos últimos cinco dias, de pessoas procurando os serviços de saúde com os sintomas de rotavírus.
– Acreditamos que esteja se encaminhando para o final do surto. Nestes últimos casos que estão chegando, estamos concluindo que não há relação com o surto. Nossa perspectiva é que isso possa se finalizar até o fim da semana. Um ponto que vale a pena ressaltar é que, felizmente, os sintomas apresentados foram mais leves, onde não tivemos nenhuma gravidade maior – afirma.
Confira a entrevista completa:
O que é
O rotavírus é um vírus que possui alta taxa de contágio e pode ser transmitido por contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados. Já a gastroenterite é uma inflamação causada de forma viral ou bacteriana que atinge o estômago e o intestino.
Transmissão
- O rotavírus (rotavirose) é transmitido pela via fecal-oral (contato pessoa a pessoa, ingestão de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados, e é encontrado em altas concentrações nas fezes de crianças infectadas;
- O período de incubação é de dois dias, em média;
- A transmissão máxima acontece nos 3º e 4º dias a partir dos primeiros sintomas.
Sintomas
- Os sinais e sintomas clássicos do rotavírus, principalmente na faixa etária dos 6 meses aos 2 anos, são as ocorrências repentinas de vômitos. Na maioria das vezes, também podem aparecer, junto com os vômitos;
- Diarreia com aspecto aquoso, gorduroso e explosivo;
- Febre alta.
Prevenção
Algumas medidas podem prevenir a infecção, como a administração da vacina para rotavírus humano G1P1[8] (atenuada) em crianças menores de 6 meses;
Outras ações de prevenção incluem práticas de higiene e consumo adequado de alimentos, tais como:
- Lavar sempre as mãos antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular/preparar os alimentos, amamentar, tocar em animais;
- Lavar e desinfetar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;
- Proteger os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guardar os alimentos em recipientes fechados);
- Guardar a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita para evitar a recontaminação;
- Não utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados;
- Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada. Quando não houver coleta de lixo, este deve ser enterrado;
- Usar sempre a privada, mas se isso não for possível, enterrar as fezes sempre longe dos cursos de água;
- Manter o aleitamento materno (aumenta a resistência das crianças contra as diarreias), evitando o desmame precoce.
*Colaborou Bibiana Pinheiro.
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