Após nova análise, Justiça mantém liminar que suspende novas tabelas do IPE Saúde para 13 hospitais gaúchos

Foto: Matheus Lopes/Ascom IPE Saúde

Após nova análise, a 7ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Alegre manteve, nesta quinta-feira (4), a liminar que suspende as novas tabelas do IPE Saúde. A decisão contempla 13 hospitais gaúchos. Entre eles, está o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, em Santa Maria. 

A nova decisão foi tomada após o Ministério Público e o IPE Saúde terem apresentado pedidos de reconsideração da liminar na quarta-feira (3). Segundo o IPE, a suspensão não se aplica as demais 229 instituições que estão credenciadas junto ao plano, sendo que essas trabalham com as novas tabelas desde segunda-feira (1°). 

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Entenda o caso

As novas tabelas de​ ressarcimento de medicamentos, diárias e taxas de serviços para hospitais credenciados ao IPE Saúde fazem parte do plano de reestruturação do plano, iniciado ainda em 2023. Segundo o IPE, “o novo modelo se baseia na premissa de remuneração dos serviços e ressarcimento de medicamentos e insumos – que, segundo a legislação, não devem gerar lucro para os hospitais”. 

Neste caso, a proposta da instituição é realocar as diferenças de valores para o reajuste de serviços, resultando em um aumento de 90% no repasse. Os encontros com os hospitais credenciados ocorrem desde novembro do ano passado.

Considerando possíveis prejuízos, 13 hospitais com a Federação RS e a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul) ingressaram com um pedido de liminar no Judiciário. A solicitação foi deferida na tarde de segunda-feira (1º), contemplando o grupo.

O pedido baseia-se na estimativa de prejuízos que as atualizações gerariam aos hospitais, que atualmente atendem cerca de 60% da demanda do plano dos servidores públicos do Rio Grande do Sul. Segundo estudos das federações, os valores ultrapassariam R$ 150 milhões por ano. 

Veja os prejuízos estimados pelos 13 hospitais envolvidos na ação:

Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo

  • 101 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 68,4 milhões de prejuízo anual com as novas regras

Hospital Ernesto Dornelles

  • 183 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 40,6 milhões de prejuízo anual com as novas regras

Santa Casa de Porto Alegre

  • 129 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 16,7 milhões de prejuízo anual com as novas regras 

Hospital São Vicente de Paulo

  • 53 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 2,6 milhões de prejuízo anual com as novas regras

Hospital de Clínicas de Passo Fundo

  • 24 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 9,4 milhões de prejuízo anual com as novas regras

Hospital Divina Providência

  • 900 atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 6,7 milhões de prejuízo anual com as novas regras

Hospital de Clínicas de Ijuí

  • 14 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 5,9 milhões de prejuízo anual com as novas regras

Hospital São Lucas da PUCRS

  • +53 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • Margem positiva

Hospital Sapiranga

  • 18 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 1,4 milhão de prejuízo anual com as novas regras

Hospital Tacchini

  • 25 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 992 mil de prejuízo anual com as novas regras

Hospital de Caridade de Cachoeira do Sul

  • 14 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 588 mil de prejuízo anual com as novas regras

Hospital Regional Santa Lúcia

  • 22 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • Margem positiva

Hospital Vida e Saúde

  • 8 mil atendimentos pelo IPE/ano
  • R$ 796 mil de prejuízo anual com as novas regras

*com informações da assessoria da Federação RS e Fehosul

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