surto de toxoplasmose

Resultado da análise da água da Corsan pode ser inconclusivo


Foto: Charles Guerra (Diário)
Coleta de água da Corsan começou na segunda-feira e será enviada ao Paraná 

Terminou hoje a coleta da água da Corsan em Santa Maria pela equipe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS). Oito amostras de água foram enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS) e, ainda nesta semana, devem chegar ao Laboratório de Saúde Pública e Zoonoses da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, único no Brasil que faz análise do DNA do protozoário causador da toxoplasmose (Toxoplasma gondii) no Brasil. 

: : Leia todas as notícias sobre o surto de toxoplasmose em Santa Maria : : 

A má notícia é que essas análises podem ser inconclusivas, ou seja: o resultado pode dar negativo, mas isso não significa que a água não esteja contaminada ou não tenha sido contaminada em algum momento. Conforme o coordenador do laboratório de Londrina, Italmar Navarro, analisar a água é muito difícil porque ela está sempre em movimento.

_ Pode ser que dê negativo. A negatividade não exclui que não esteja infectada, infelizmente, porque pode ser que toda água tenha ido embora e não dê mais positivo, é uma amostra que não é estática. A água é muito mais difícil de analisar. Se fosse infecção por alimentos, a gente analisaria carne, verduras, frutas, hortaliças e até mesmo o solo _ explicou o professor de zoonoses e saúde pública da Universidade Estadual de Londrina.  

COMO OCORRE A ANÁLISE
 O coordenador do laboratório comenta como serão feitas as análises em Londrina:
_ Quando eu tenho um local suspeito (um reservatório, uma caixa d'água, um rio), é coletada uma amostra grande de água. Depois, passa por um filtro, onde a água vai ser filtrada, concentrada, e esse filtro (que pode ser chamado de membrana ou coador) é enviado para o laboratório para análise. Então, o volume de água coletado é transformado em uma membrana especial com uma porosidade específica muito pequenininha. Aí, esse resíduo invisível que fica na membrana passa pela análise molecular.  

Novos testes feitos pela UFSM deram negativo para presença de protozoário na água

O professor Navarro reforça ainda que a investigação de cada caso pela Vigilância Sanitária Epidemiológica é muito importante _ fazer um mapeamento das pessoas que adquiriram a doença, analisar o que comeu e bebeu, onde comeu. Mesmo assim, ele alerta que a pessoa que está doente agora infectou-se há pelo menos 15 dias. É uma infecção na qual os sintomas só vão aparecer depois (ou nem aparecer), diferentemente de infecção por vírus ou bactéria. 

A COLETA EM SANTA MARIA
Conforme a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde, foram feitas, na segunda-feira, coletas de amostras na Estação de Tratamento da Corsan no município, na Vila Vitória, Bairro Juscelino Kubitschek. No local, foram recolhidas nove amostras de 500ml cada, de diferentes pontos do processo, como no lodo do decantador e na água de retrolavagem dos filtros. Nesses ambientes, os oocistos ("ovos") do protozoário causador da toxoplasmose podem sobreviver por um longo período. Assim, é possível identificar se houve a presença do organismo nos últimos meses.  

Já o coordenador regional da Corsan, José Epstein, disse que foram coletadas oito amostras em três pontos específicos: no lodo, na água tratada e na água que fica retida nos filtros.

_ A informação que a gente tem é que devem vir mais 20 recipientes para fazer a coleta na casa dos clientes, em pontos de pessoas que tiveram os sintomas. Agora, veio um número de amostras limitadas de análises a serem coletadas. Inclusive, a gente tratou com esse mesmo laboratório, e vamos enviar mais 10 coletas de água bruta, distribuída, tratada _ informou Epstein.



Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Novos testes feitos pela UFSM deram negativo para presença de protozoário na água Anterior

Novos testes feitos pela UFSM deram negativo para presença de protozoário na água

UFSM propõe criar aplicativo para mapear casos de toxoplasmose Próximo

UFSM propõe criar aplicativo para mapear casos de toxoplasmose

Saúde